Guimarães Corre Corre: A história da cidade em passo de corrida

O Guimarães Corre Corre é um movimento de corrida “informal e descontraído” que sai da Plataforma das Artes às 21h00 de todas as segundas-feiras. Criado há nove anos por José Capela, o Corre Corre já ultrapassou a marca das 300 edições e nem a pandemia impediu a continuação da prática do desporto.

© Corre Corre

O projeto foi criado após José Capela ter conhecimento de movimentos parecidos noutras cidades e implementá-lo em Guimarães, pensando que seria “algo engraçado para aqueles que gostam de correr.” Na primeira edição participaram 12 pessoas, na segunda apareceram 20 e, no verão desse ano, o Corre Corre teve 200 participantes. Entretanto, “as pessoas aderiram e o projeto cresceu até hoje”, refere o responsável.

Depois da saída da Plataforma das Artes, ponto de encontro em todas as edições, o Corre Corre tem uma paragem  obrigatória todas as semanas: o Castelo de Guimarães. José Capela explica que o pelotão passa sempre no castelo por ser “um local emblemático” da cidade. “É também símbolo de conquista e, por isso, achamos que ir lá simboliza a conquista da corrida e da integração por parte das pessoas”, acrescenta.

“É difícil andar na rua e não interagir com os monumentos”

Além do castelo, o Corre Corre passa, quase inevitavelmente, por vários pontos simbólicos da cidade berço, nomeadamente a zona de Couros, jardins do Palácio Vila Flor, Paço dos Duques, centro histórico e muralha da cidade. “É difícil andar na rua e não interagir com os monumentos”, frisa o responsável.

O segredo da continuidade do projeto prende-se à “simplicidade do projeto. As pessoas chegam aqui, correm e soltam-se pelas ruas da cidade. É um movimento completamente informal, em que as pessoas que chegam correm em pelotão e não deixam ninguém para trás.

© Corre Corre

O projeto desportivo é pensado para todos aqueles que “não estão habituados a correr, é isso que faz o Corre Corre perdurar”, frisa José Capela. Para o vimaranense, o movimento de corrida “já tinha terminado, seguramente, se fosse algo elitista e pensado só para aqueles que estão habituados a correr. Juntamo-nos apenas para promover a corrida e proporcionar o gosto pela corrida e a integração.”

O Corre Corre percorre as artérias cidade todas as segundas-feiras, o dia perfeito para “satisfazer todos atletas”. O responsável pelo projeto vimaranense explica que “quem está habituado a correr e a fazer treinos intensos ao fim de semana precisam de um treino mais calmo e descontraído”. Em contrapartida, “também é bom para integrar quem está menos habituado a correr e tem menos ritmo.”

“Os vimaranenses aderem a tudo o que seja da cidade e tentam sempre fazer algo maior”

O “espírito bairrista” dos habitantes da cidade berço ajudou o Corre Corre a que “se cimentasse com esta duração”, expressa José Capela. O responsável acrescenta que “os vimaranenses aderem a tudo o que seja da cidade, gostam de participar e tentam sempre fazer algo maior. É algo que está na génese dos vimaranenses”.

José Capela considera que o movimento desportivo diferencia-se dos outros “por ser em Guimarães, em que a corrida ocupa o espaço público, as ruas e as vielas que oferece” mas também por ser “informal”.

© Corre Corre

Além do desporto, o Corre Corre também se alia à vertente solidária, em que os elementos do movimento visitam a Casa da Criança durante o período do Natal, levando produtos alimentares e outros bens essenciais. O movimento de corrida também promove iniciativas de saúde. José Capela explica que o Corre Corre teve programas de divulgação de saúde e de promoção de realização de exames médicos.

O Corre Corre é uma forma de integração para quem chega a Guimarães

Vários estudantes estrangeiros da Universidade do Minho e trabalhadores naturais de outros locais procuram o Corre Corre para se integrarem na comunidade e fomentarem a prática desportiva. Essa procura pelo movimento “é uma forma de afirmação do projeto. Correr é uma forma de interagir com outras pessoas e isto mostra que os vimaranenses sabem receber bem as pessoas”, sublinha José Capela.

Mariana Gomes é natural da Maia, trabalha em Guimarães desde janeiro deste ano e considera que o Corre Corre foi uma forma de conhecer pessoas, integrar-se na cidade e continuar a praticar desporto.

A médica de 25 anos frisa que “é uma atividade espetacular porque torna o desporto acessível a toda a gente e as pessoas são muito acessíveis e tranquilas. Quando vim para cá queria muito entrar nalguma atividade de grupo e isto alia o melhor dos dois mundos: Estamos a fazer desporto, algo que é bom para a saúde, e estamos a conhecer pessoas e a desafiar-nos”, acrescenta.

© Corre Corre

Sendo muito ativa na sua cidade natal, Mariana Gomes quis manter essa posição em Guimarães: “Sou crente em vivermos muito o sítio onde estamos. Em Guimarães queria inserir-me naquilo que é vida e as pessoas e conhecer a cidade. O Corre Corre é bom não só porque passamos por sítios emblemáticos e descobrimos novos percursos, mas também porque o fazemos de noite, que é uma experiência diferente.”

Por fim, a maiata enaltece o movimento por ser informal, o que faz com que as pessoas “se sintam à vontade para vir, até porque costumam ter medo das formalidades e de achar que não são capazes de alcançar algo pelo seu condicionamento físico. Aqui são todos bem-vindos”, finaliza.

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