Aaron Parks é uma figura conhecida do Guimarães Jazz, onde atuou em 2014 integrado no grupo de Terence Blanchard, e em 2015 no contexto da banda James Farm, ao lado, entre outros, do virtuoso saxofonista Joshua Redman.

Aaron Parks tem revelado ao longo dos últimos anos uma maturidade musical que justifica a sua apresentação no palco do festival com um projeto do qual é ele próprio o líder, neste caso um quarteto composto de um grupo de instrumentistas emergentes da cena jazzística nova-iorquina da segunda década do século XXI.

Um músico natural de Seattle e atualmente a residir em Nova Iorque, o pianista e compositor Aaron Parks mostrou desde muito cedo vocação e talento excecionais para a música que lhe valeram a admissão na Manhattan School of Music com a idade precoce de dezasseis anos e, apenas dois anos depois, o convite para a primeira de uma série de colaborações com o veterano trompetista Terence Blanchard iniciada com as gravações do álbum “A Tale of God’s Will (A Requiem for Katrina).

Em 2007, Parks editou o seu primeiro registo discográfico com o selo da Blue Note (“Invisible Cinema”), alcançando com ele uma projeção assinalável enquanto compositor e inaugurando uma obra que conta já com vários capítulos, tanto a solo como em formato de banda.

Para além do seu trabalho composicional, materializado em várias gravações para a prestigiada editora ECM, o pianista colaborou também ao longo da sua trajetória profissional com diversos músicos nucleares do jazz contemporâneo, tais como Kurt Rosenwinkel, Ambrose Akinmusire, Marcus Miller ou Joshua Redman, para referenciar apenas alguns, e entre os seus projetos mais recentes podemos destacar o trio que mantém com o contrabaixista Matt Brewer e o baterista Eric Harland.

Ben Solomon é um saxofonista sedeado em Nova Iorque cuja carreira profissional se inaugurou em digressão integrado na banda do lendário trompetista Wallace Roney, no contexto da qual colaborou com outros grandes nomes do jazz como Buster Williams, Gary Bartz e Ron Carter, entre outros. Um músico de sólida formação académica, Solomon mantém em paralelo uma atividade relevante como compositor e é também o autor de um livro de estudos de modulação em saxofone.

Originária do Japão e atualmente a residir em Nova Iorque, a baixista Kanoa Mendenhall estudou música na Columbia University e na Juilliard School, duas das mais prestigiadas escolas de música norte-americanas. Desde o início da sua carreira profissional, Mendenhall integrou a banda Good Vibes, liderada pelo vibrafonista Joel Ross, e o trio liderado pela vocalista Maria Grand, tendo também colaborado com vários instrumentistas de relevo do jazz norte-americano, tais como Marquis Hill, John Ellis e Charles Altura, entre outros.

RJ Miller é um baterista norte-americano originário do Maine cujas competências técnicas no domínio do jazz são complementadas por um interesse pela exploração da música eletrónica e ambiente, bem como pelo recurso a técnicas de justaposição de percussão, teclas e sintetizadores analógicos. Do seu currículo profissional podemos destacar as inúmeras colaborações com músicos da cena jazzística nova-iorquina (Ethan Iverson, Matt Penman e Ben Monder, para citar apenas alguns exemplos), bem como o seu trabalho no âmbito de projetos próprios, nomeadamente o trio de jazz eletrónico e psicadélico Jesus Cactus.

O Aaron Parks Quartet representa um “regresso do pianista e compositor a um formato acústico, depois de muitos anos focado em grupos de pendor mais elétrico. Rítmica, subtil e eminentemente clássica, a música desta banda é baseada numa fusão de composição e improvisação suportada por ritmos diversificados e por um princípio irredutível de liberdade de expressão de todos os intervenientes”, pode ler-se na apresentação do Aaron Parks Quartet.