GUIMARÃES JAZZ, ES MAS QUE UN FESTIVAL
CÉSAR MACHADO Advogado
por CÉSAR MACHADO
Advogado
Quando, há 25 anos, o Convívio propôs à Câmara a realização de um Festival de Jazz em Guimarães, ninguém poderia supor que passados 25 anos e 25 edições do Festival a coisa tivesse esta grandeza.
Iniciado com músicos portugueses em 1992, logo passaram todos os nossos melhores pelo Paço dos Duques de Bragança, nesse ano primeiro. O melhor cartaz possível, entre os músicos portugueses do momento. Ao Paço dos Duques de Bragança, a primeira e acolhedora “casa” do Festival, juntaram-se actividades paralelas com concertos no Convívio, no Café Milenário, no Bar Jett’s.
Um concerto muito especial, o primeiro do Festival, foi o da Orquestra do Hot Club de Portugal – uma velha aspiração deste “velhinho” Clube de Jazz. Como simbólica foi a presença de Luiz Vilas Boas, uma lenda do jazz em Portugal dentro da lenda que é o Hot Club, eis as tónicas mais que certas para um começo à altura. A Orquestra trabalhara pouco tempo antes com Mestre Benny Golson, uma garantia de competência para o trabalho que viria a seguir. E a seguir, viria a direcção segura de Pedro Moreira. Ter sido Vilas Boas a apresentar o primeiro acto do Guimarães Jazz –ele, que tantas vezes havia apresentado os concertos no Festival de Jazz de Cascais debaixo de ruidosas e tradicionais assobiadelas- foi a melhor “passagem de testemunho” que se podia pedir. Ter logo no primeiro concerto deste Festival de Jazz, a música de José Afonso, em Verdes São os Campos, foi um sinal, o melhor sinal, de que anda muito coisa ligada nesta música um tanto estranha que é o jazz. José Afonso, por sinal, dizia que não ouvia música, quando a idade e a doença começaram a desgastá-lo. Afirmava que só abria excepção para o jazz. Provavelmente, José Afonso é o músico mais tocado entre os melhores músicos do jazz português, disputando as estatísticas, provavelmente com Duke Ellington, apenas. Isto anda tudo ligado.
Daí para cá, muito se passou. E o Festival conquistou para o jazz muita gente que nunca lhe estivera próxima. E há lá maior triunfo que este! Venham mais vinte e cinco! O jazz virou coisa familiar para um público insuspeito no início deste caminho. E essa é a melhor homenagem que se pode fazer ao Festival. A dado momento, percebeu-se que o festival podia ter uma força bem maior do que aqueles dias de Novembro; que havia público para programação regular durante o ano; que havia lugar para outras iniciativas e acontecimentos estruturantes, fora de época; que havia condições para sonhar com uma escola de jazz em Guimarães.
O Município reforçou o Festival com meios e verbas neste Festival. E fê-lo com eficácia. Mais tarde, juntou-lhe A Oficina. Pela parte do Convívio, assegurou-se a programação regular de jazz ao longo do ano. Criou-se uma novo festival que assegura um bom grupo de concertos de Jazz durante o Verão, nas nossas praças –O Verão é Jazz. Realizam-se iniciativas, sempre que oportuno, que celebram esta música –O Dia Internacional do Jazz, o Curso Livre de Jazz, a Exposição de Homenagem a Luiz Vilas Boas. A a Escola de Jazz do Convívio, um sonho com mais de uma dúzia de anos, vive há quatro com fogo real, este ano com presença no palco principal através do B´Jazz, Coro da Escola de Jazz do Convívio.
A quem se deve a origem de tudo isto? Ao Festival de Jazz de Guimarães, claro. Parabéns! Guimarães Jazz –es mas que un festival.
PUBLICIDADE
Partilhar
PUBLICIDADE
JORNAL
MAIS EM GUIMARÃES
Dezembro 23, 2024
Comitiva vitoriana contou com António Miguel Cardoso, Presidente do Vitória SC, e com os atletas Alberto e Tomás Händel e animou as crianças internadas no Hospital da Senhora da Oliveira poucos dias antes do Natal.
Dezembro 22, 2024
O sinistro, cujas causas estão a ser investigadas pelas autoridades, provocou constrangimentos no trânsito, originando longas filas.
Dezembro 22, 2024
No regresso ao campeonato, o Vitória recebe esta segunda-feira o Nacional da Madeira, numa partida agendada para as 18h45.