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Guimarães merece melhor

Por António Rocha e Costa.

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por António Rocha e Costa Analista clínico

António Magalhães e António Pimenta Machado são duas figuras incontornáveis da vida vimaranense do período que vai desde a década de oitenta do século passado até aos primórdios do século atual.

Cada qual à sua maneira e nas respetivas áreas de atuação foram figuras controversas e deixaram marcas indeléveis. Têm em comum o facto de ambos terem exercido o poder de forma autocrática e por isso não se terem preocupado minimamente em deixar sucessores à altura.

Tal como os planetas que não têm luz própria, necessitando por isso da luz de uma estrela, também os personagens referidos necessitavam das luzes da ribalta e do poder, para se manterem “vivos” e terem protagonismo. Apagadas as luzes da ribalta e saídos de cena, têm permanecido mais ou menos no limbo do esquecimento.

Nos últimos tempos, porém, António Magalhães tem dado alguns sinais de vida, o último dos quais foram as suas declarações ao “Mais Guimarães”, no passado dia 1 de Agosto. As palavras ditas são de um homem profundamente amargurado e frustrado com o rumo do Partido Socialista concelhio. Podemos ver ainda nestas palavras do ex-presidente da autarquia um libelo acusatório ao seu sucessor, esquecendo-se, porém, de que foi ele, Magalhães, que lhe estendeu o tapete para chegar ao poder.

Analisadas à lupa, as declarações de António Magalhães refletem as profundas divisões e as clivagens de que padece o P.S. local e que se têm acentuado desde as últimas eleições para a Distrital de Braga, em que Ricardo Costa venceu por larga maioria no Concelho de Guimarães.

Juntando as declarações de António Magalhães a mais meia dúzia de informações de membros da estrutura local do P.S., podemos facilmente reconstituir a história dos acontecimentos que serve para pôr em evidência a guerra palaciana pelo domínio do “aparelho partidário” e, através dele, do poder autárquico. E quando falamos em poder, estamos a falar do poder que distribui cargos e benesses pelos fiéis servidores que se agrupam na “tribo socialista” e a quem António Magalhães se refere como sendo “um grande grupo que é tradicional, que anda sempre à volta de quem manda, e algumas das pessoas deveriam ter vergonha da forma como se prestam àquele papel”.

Em resumo, podemos afirmar que Luís Soares, presidente da Concelhia e apoiante de Barreto contra Ricardo Costa nas últimas eleições distritais nunca engoliu, tal como Domingos Bragança, a vitória expressiva a nível concelhio do candidato Ricardo Costa, que se perfilava como um dos candidatos à liderança da autarquia na era pós-Bragança.

Luís Soares, consta-se, não esconde as suas ambições e utilizando uma estratégia de quem leu Maquiavel, embora não passe de um “maquiavel da Taipas”, vai eliminando friamente, um a um, aqueles que se lhe atravessam no caminho para o poder. Insere-se perfeitamente nesta estratégia a atitude que o terá levado a prometer mover as influências junto de Domingos Bragança para que Ricardo Costa ocupasse o 2º lugar na lista para as próximas autárquicas. No fim, como diz o povo, “vai-se a ver e nada” e para espanto de Alguns, como o Dr. António Magalhães, o atual presidente da câmara excluiu Ricardo Costa da lista, informando-o da decisão em cima da hora de fechar a dita lista.

Quem também não faz parte da nova lista é o atual vereador do urbanismo, Seara e Sá, que juntamente com Ricardo Costa, formava uma dupla que se destacava pela sua competência no executivo camarário ainda em funções.

Em suma, o povo vimaranense, impávido e sereno, assiste a uma luta entre os “pequenos deuses caseiros”, luta essa sem glória e sem grandeza, que em nada enobrece Guimarães e o seu passado.

Por seu lado, a oposição, não apresentando candidatos à altura, permite que a formação atualmente no poder se apresente com as “reservas” ou a equipa B, sem receio de perder o campeonato. Assim vai Guimarães. Em vez de se discutir os reais problemas que o concelho enfrenta e definir uma estratégia de desenvolvimento clara para o futuro, os atores de “opereta” ocupam-se em dar espetáculo de qualidade menor, para gaudio de uns tantos e tristeza de outros, que se vão afastando cada vez mais dos assuntos da “polis”. Guimarães merece melhor, mas é isto que temos…

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