Guimarães precisa de apostar na nova economia

Devemos criar e incentivar novas centralidades no território, ligadas entre si por um sistema de mobilidade integrado.

Ricardo Costa

Guimarães é o berço dos conquistadores, dos que ousam, dos que desafiam o destino e dos que empreendem a sua sorte. Este é o traço identitário de Guimarães, do seu povo e dos seus empresários.

O nosso Concelho conta com empresários corajosos e com grande capacidade de risco e de inovação. São muitos os exemplos de sucesso, de superação e de vanguarda. Em todos eles, aa inovação é o vetor de mudança e transformação competitiva. Num mundo em mudança contínua e acelerada, quem deixar de inovar fica irremediavelmente para trás.

A par do trabalho das empresas é essencial que o Estado, desde o poder local ao regional e nacional, crie as condições ideais para que a atração e retenção de talento e a criação de um ambiente de inovação. No conjunto dessas condições, encontramos a qualidade de vida, a sustentabilidade e, mais do que tudo, um desenvolvimento territorial integrado e equilibrado. A sua materialização passa pelo desenvolvimento policêntrico do território vimaranense. Devemos criar e incentivar novas centralidades, ligadas entre si, por um sistema de mobilidade integrado, que ligue todo o território, quer com novas vias, quer com meios modernos de transporte, onde se destaca o Metro de superfície (assunto que analisaremos num outro artigo).

Essas novas centralidades estruturam-se na multifuncionalidade, combinando espaços urbanos residenciais e de serviços, com novos espaços de acolhimento empresarial, assentes num novo paradigma de infraestruturas-ancora, catalisadores do desenvolvimento e exemplares nos padrões ambientais. Para tal, o papel do Estado envolve a criação de condições que passam pela qualificação e modernização dos parques empresariais existentes e pela criação de mais alguns, na lógica do desenvolvimento policêntrico. Estes parques empresariais devem ser infraestruturas indutoras de economias de aglomeração e de economias de rede, criar ambientes de trabalho promotores da produtividade e garantir a minimização do impacto ambiental e uma relação harmoniosa e positiva entre as empresas, os espaços envolventes e a natureza.

Guimarães deve assumir o seu papel liderante na modernidade e inovação da política pública, promovendo parques empresariais que apostem nas energias renováveis, que se integrem em redes de mobilidade, que sejam espaços de confluência de atores e que sejam elementos estruturantes e não “contaminantes” das novas centralidades.

Estes parques empresariais devem contar com as infraestruturas tecnológicas mais modernas e avançadas, nomeadamente no que diz respeito às redes 5G, bem como espaços de utilização coletiva, incluindo áreas de formação adequadas, quer para colaboradores quer para empregadores, numa lógica de aprendizagem contínua e avançada.

As empresas de sucesso fundam-se em modelos organizacionais novos, na qualificação e valorização do capital humano, na transformação pela tecnologia e pela inovação e são elas próprias empresas onde se aprende, em que se apostam em adquirir e partilhar conhecimentos e em que se trabalha em rede para conquistar os mercados globais. O conceito de nova economia, assente nas tecnologias de informação e na inovação, permite obter um crescimento económico forte e sustentado com um impacto positivo da vida das pessoas. É neste sentido que defendemos que é imperativo que Guimarães aposte ainda mais na nova economia.

Neste caminho de progresso, reconheço o muito que foi feito ao longo das últimas décadas, nesta área essencial ao desenvolvimento do Concelho. Mas, num mundo em mudança acelerada, é determinante um novo impulso e que se tenha a coragem e a ousadia de lembrar a inovação e o que é preciso pensar, planear e fazer para atingirmos o patamar que Guimarães quer e merece.

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