Guimarães, um território resiliente

Por Marçal Salazar.

Marçal Salazar

por Marçal Salazar

Presidente da UF de Airão Santa Maria, Airão São João e Vermil

A principal motivação que levou a candidatar-me a presidente da Junta da União de Freguesias de Airão Santa Maria, Airão São João e Vermil foi a possibilidade de criar e incentivar dinâmicas sociais, culturais e educacionais, capazes de construir uma comunidade mais resiliente aos desafios da vida em comunidade. Estas três áreas, trabalhadas em conjunto, são transformadoras da vida em comunidade, tornando-a mais humana, mais solidária e mais desenvolvida.

Ao longo destes dois anos e meio na presidência da Junta de Freguesia e dois anos na qualidade de presidente do plenário da CSIF Oeste, e com o trabalho dos parceiros sociais e associativos existentes no território e da Câmara Municipal de Guimarães, fomos capazes de dar uma nova dinâmica ao território Oeste do concelho de Guimarães. São exemplos disso, o Centro de Convívio e Atividades de Vermil, o Centro e Laboratório Artístico de Vermil, o projeto “Pequenos Cuidadores” em parceria com a EB1 de Poças Airão Santa Maria, a introdução do xadrez e do ensino dos cavaquinhos na EB1 de Poças Airão Santa Maria, o transporte escolar gratuito para os alunos da EB1 de Airão Santa Maria e EB1 de Airão São João que cativou alunos dos concelhos vizinhos de Famalicão e Braga, o aumento em mais de 200% das sinalizações e apoio aos idosos do projeto “Guimarães 65+” em todo o território Oeste, a intervenção social na área da saúde mental, o nascimento de uma associação na área da violência doméstica e dos direitos humanos, entre outras atividades.

É justo dizê-lo aqui, de forma aberta e franca, que a Câmara Municipal de Guimarães, na pessoa do seu presidente, tem-se mostrado presente e empenhada na ação para ultrapassar as assimetrias resultantes do facto de estarmos localizados na periferia do concelho, fruto de um diálogo frequente e construtivo.

O estado de confinamento social que vivemos hoje está a ser uma experiência aterradora e um teste às nossas respostas sociais. O resultado não se fez esperar e rapidamente surgiram os vimaranenses anónimos, os empresários, as associações e as instituições. Guimarães é um território forte e coeso, de vimaranenses solidários e abnegados. É ver freguesias pioneiras a nível nacional na distribuição de máscaras sociais para toda a população, é ver a Câmara que rapidamente disponibilizou espaço para abrigo dos sem-abrigo, é ver os empresários que mudaram as suas linhas de produção para o fabrico de equipamentos de proteção individual, é ver empreendedores a criar ventiladores para o Hospital Senhora da Oliveira, é ver os artistas a criar formas inovadoras de chegar ao público.

O próximo desafio é combater a pobreza. Após este primeiro confinamento social surgirá, de forma mais exposta e generalizada, a pobreza, resultado do problema estrutural da nossa sociedade que é o endividamento das famílias e que agora serão mais afetadas. Resultará, pois, numa maior sensibilidade para a necessidade de não desperdiçar e para a economia circular.

Os próximos tempos não serão fáceis, mas acredito que o trabalho desenvolvido até agora foi importantíssimo para nos colocar num patamar de segurança capaz de dar resposta às dificuldades sentidas pelos vimaranenses. Eu acredito em Guimarães.

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