“Há ir e voltar”: Nova produção própria do Teatro Oficina olha o mundo a partir das migrações

Estreia da nova criação a 22 setembro.

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Na próxima semana, a companhia Teatro Oficina apresenta em estreia um novo espetáculo escrito e encenado por Sara Barros Leitão e interpretado por Diana Sá, Gisela Matos e Susana Madeira. 

Pensado para uma carreira de três semanas, no Espaço Oficina, sede da companhia, “Há ir e voltar” estreia a 22 de setembro e fica em cena até dia 09 de outubro, apresentando-se às 21h30 às quintas e sextas-feiras, às 19h00 aos sábados e às 17h00 aos domingos. Conta com várias sessões com Língua Gestual Portuguesa (23 setembro, 01 e 09 outubro) e com audiodescrição (25 e 30 setembro e 08 outubro).

Em “Há ir e voltar” há desejos e sonhos na partida, mas também pode haver desespero, sobrevivência, violência. Um espetáculo que nos é apresentado, na sinopse, da seguinte forma: “Na viagem, às vezes há mar, outras ar, outras terra. Às vezes há botes salva-vidas que matam vidas, noutras, camiões que asfixiam, passadores com promessas impossíveis. Na chegada, às vezes há oportunidades, às vezes há emprego, às vezes há esperança. Às vezes, há integração, apoio, e lugar para a alegria. Noutras, ilegalidade, trabalho clandestino, precariedade, exploração. Às vezes, ir não é uma escolha, é a única alternativa. Quando o mundo encolhe de um lado, devia aumentar do outro. Às vezes chega-se. Às vezes volta-se. Tantas vezes nem se chega a conseguir partir. Quantas vezes não se chega a conseguir chegar. Tantas vidas passam a viver num lugar de espera. Quantas terminam sem nunca começar.”

Nas palavras de Sara Barros Leitão, diretora-artista convidada do Teatro Oficina para 2022 e responsável pela dramaturgia e encenação de “Há ir e voltar, “partimos para esta criação sem texto escrito, apenas com preocupações, urgências e intuições. A partir do Espaço Oficina, onde reside e trabalha a companhia do Teatro Oficina, olhamos e escutamos o mundo e o outro, para descobrir este espetáculo em conjunto”.

Ao Mais Guimarães, em março, Sara Barros Leitão levantou o véu sobre este espetáculo que agora apresenta. “Na verdade, acho que em Guimarães e até no Minho, em geral, não há ninguém que não tenha uma história de emigração próxima da família. As histórias de imigração são histórias que fazem muito parte daquilo que é a nossa memória enquanto pessoas que habitam Portugal e que habitam outros países, mas que sentem que as suas raízes estão cá”, disse. Quis, assim, pegar nessas histórias e, ao mesmo tempo, “na rota de algodão, porque o algodão está também muito ligado à guerra e àquilo que eram as nossas ex-colónias, e a esta memória que existe no Vale do Ave da indústria têxtil que vai buscar o algodão na sua matéria-prima às ex-colónias e o traz para aqui, nomeadamente para Guimarães, o transforma em forma de atoalhados, lenços, fardas para vestir os nossos filhos para irem à guerra e depois os volta a vender para as ex-colónias”.

Os bilhetes para assistir ao espetáculo têm o valor de 7,5 euros ou 5 euros com desconto e já podem ser adquiridos online em aoficina.pt ou presencialmente nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor, Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Casa da Memória e Loja Oficina, bem como nas Lojas Fnac, El Corte Inglés, Worten.

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