HERMENIGILDO ENCARNAÇÃO
Professor/Investigador
Nome completo
Hermenigildo Moreira da Encarnação
Nascimento
16 de janeiro de 1956
Argoncilhe – Santa Maria da Feira
Profissão
Professor/InvestigadorNasceu pobre em Argoncilhe, no concelho de Santa Maria da Feira, corria o ano de 1956. Se tudo tivesse acontecido como manda o destino, nunca teria passado de pequeno lavrador ou um operário indiferenciado. Mas Hermenigildo Encarnação fintou o destino por mais que uma vez. Quando a vida lhe quis passar a primeira rasteira foi a avó materna que veio em seu auxílio, na segunda vez já agiu de mote próprio. Aos seis meses uma meningite cegou-o e por pouco não lhe ceifava a vida quando ainda era apenas um tenro botão. Eram precisos três mil escudos para a injeção salvadora. Naquele tempo, para uma família pobre, era quase uma sentença de morte. A avó não se conformou e arranjou quem lhe emprestasse a quantia. “Se o menino se salvar, nunca dará grande coisa, pode ser que aprenda a juntar umas letras para tirar a carta”, disse o médico a mãe desolada. Segunda finta ao destino: o menino condenado a nunca aprender a ler, afinal era o melhor na escola. Isso, porém, não lhe serviria de nada se não tivesse tido a ousadia de levantar o braço quando um padre missionário passou pela escola em busca de alunos para o seminário. A mãe não achou graça, pois por um lado o filho teria uma boa educação, mas por outro, era preciso um enxoval e ainda havia a mensalidade que era preciso pagar. Apesar dos constrangimentos lá foi para Ermesinde, e dali para Fátima, com uma bolsa de estudo, mas sempre com limitações onde continuou os estudos secundários. Estudava e trabalhava. Dava aulas para pagar os estudos, de tal forma que chamou a atenção de um superior da Congregação da Consolata que determinou que se arranjasse quem pagasse os estudos ao miúdo. Nunca conheceu a sua benfeitora que daí em diante lhe proporcionou a conclusão do liceu e o ingresso no curso de Teologia, que iniciou em Lisboa mas havia de vir a concluir em Londres, na Universidade de Louvaina. A estada em Londres deu-lhe mundo. A localização da universidade numa zona onde vivem milionários de vários setores estratégicos da economia mundial facilitou o contacto com pessoas que lhe viriam a ser úteis no futuro. Terceira finta ao destino: não foi pela palavra de Deus, como missionário, que conquistou estas amizades, antes porque era o melhor podador da zona. “O meu pai tinha-me ensinado os rudimentos da arte e eu pu-la em prática”, explica com um sorriso. Foi a podar jardins e árvores de fruto que conheceu empresários do petróleo e negociantes de diamantes e outras que tais. Fez votos de castidade, pobreza e obediência e sempre os respeitou, apesar de se sentir tentado mais que uma vez. No dia em que sentiu que aquela não era a vida que queria, depois de ter conhecido a mulher que ainda hoje está ao seu lado, não hesitou e, voltou a fintar o destino. Viu-se no mundo com uma família e sem outra carreira além da vida eclesiástica. Trabalhou e aprendeu rapidamente. A tempo de chegar de simples empregado a sócio fundador do primeiros cluster no ramo têxtil, em Portugal. Algumas das empresas que fundou são ainda uma referência no setor. Quando tudo fazia prever que o seu destino seriam as empresas, voltou à academia para fazer o mestrado, em 2012, e o doutoramento, em 2015. A dissertação: “O impacto da doutrina social da igreja no trabalhador e no empresário”, faz uma síntese de duas realidades de uma vida que poderiam parecer inconciliáveis. É um homem de amizades que diz que elas não lhe faltaram quando precisou de refazer o seu plano de vida. As amizades eram a sua única riqueza. Nunca perdeu a vocação missionária para ajudar os que o rodeiam e têm mais necessidade, porém, prefere que não se fale disso. A disponibilidade para ajudar têm-o conduzido a algumas situações desagradáveis, mas nem assim se arrepende. Tem noção das características únicas da sua vida. Têm-se feito romances com menos substância. Aproveitando a experiência está a preparar um romance autobiográfico a publicar durante o ano de 2018.
Por: Rui Dias
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