HINO DOS PRESOS DE CAXIAS (1954)
Por Ana Amélia Guimarães.
por Ana Amélia Guimarães Professora
Longos corredores de trevas percorremos,
Sob o olhar feroz dos carcereiros.
Mas nem a luz dos olhos que perdemos
Nos faz perder a fé nos companheiros.
(…)
Ditadura conservadora de direita ou fascismo?
Fascismo, sem dúvida. Pelo menos para aqueles que tiveram a coragem de enfrentar os «brandos costumes» do salazarismo.
Na última semana de março, esteve em Guimarães o histórico dirigente comunista Domingos Abrandes, tendo participado em várias iniciativas em escolas e associações do concelho. O motivo foi a comemoração da audaciosa fuga da prisão de Caxias, que passou à história como a fuga no carro blindado de Salazar.
No dia 4 de dezembro de 1961, oito destacados membros do PCP reconquistaram a liberdade, retomando de novo os seus postos na luta clandestina contra a ditadura fascista. A fuga de Caxias, depois da igualmente audaciosa fuga de Peniche, realizada no ano anterior, restituindo à liberdade Álvaro Cunhal e outros destacados dirigentes do PCP, constitui mais uma grande vitória dos antifascistas e uma dura derrota política para o regime, inscrevendo-se no património da longa luta do PCP contra o fascismo, património que não pode nem deve ser esquecido, antes importa conhecer e divulgar.
Quem teve a oportunidade de ouvir Domingos Abrantes, pode constatar a lisura e correção com que falou da sua experiência como resistente antifascista e como executor de uma fuga que tem todos os ingredientes de um filme de ação. Não houve, como agora se diz, “doutrinação”, apenas e só testemunho oral, sujeito a questões e dúvidas. A liberdade passou por ali.
A resistência ao fascismo tem uma história que não pode ser reescrita nem apagada. A Revolução de Abril, ao derrubar a ditadura fascista, pôs fim aos seus instrumentos repressivos: a PIDE, as torturas e as prisões por onde passaram milhares e milhares de portugueses, muitos dos quais lá perderam a vida. Na sua grande maioria eram comunistas.
Fugir das cadeias fascistas era, para os comunistas, uma tarefa determinada pela vontade de reocupar os seus postos na luta clandestina e servir a classe operária e o povo português. Uma vontade que ajuda a compreender a audácia e a coragem postas nas evasões que, quando bem-sucedidas, representavam derrotas para o aparelho repressivo. Todos os presos que se evadiram de Caxias ocuparam o seu posto de combate, nomeemos os heróis: António Gervásio, António Tereso, Domingos Abrantes, Francisco Miguel, Guilherme da Costa Carvalho, Ilídio Esteves e José Magro.
O 25 de Abril está ai, jovem e verdadeiro. Lembrando-nos, sempre, que uma «terra da fraternidade» é real e possível. Hoje, quem são os seus cantores?
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