Homicídio de mecânico de Azurém foi premeditado, diz o MP

Félix Fernando foi morto no seu local de trabalho por um golpe de soqueira com lâmina de ponta e mola.

@ Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

O Ministério Pública (MP) acusa Vítor Pereira, de 32 anos, residente em Serzedelo, do homicídio qualificado de Fernando Félix, no dia 7 de novembro, em Azurém, e de um crime de detenção de arma proibida. Relativamente a Paulo Abreu, o amigo que conduziu o carro em que o arguido chegou ao local do crime e no qual, depois, se colocou em fuga, não obstante ter sido constituído arguido, viu a parte do inquérito que se referia à sua participação ser arquivado e não irá a julgamento que começa no dia 26.

Segundo foi apurado pela investigação, Vítor Pereira terá combinado com o amigo, Paulo Abreu, a incursão à oficina V6 Racing para reaver uma máquina de diagnóstico de centralinas que havia emprestado a Félix Fernando e ter-se-á, previamente, munido de uma soqueira com lâmina de ponta e mola. Chegados ao local, pelas 9.50, pediu-lhe o equipamento, sem sucesso, “levando a que os ânimos se exaltassem”, lê-se no despacho de acusação. Em resposta à exigência de Vítor Pereira, Fernando Félix “mandou o arguido sair daquele local ‘senão era pior’”. Na sequência desta troca de palavras, a vítima aproximou-se do carro onde Paulo Abreu aguardava, no lugar do condutor, e desferiu-lhe uma pancada no sobrolho.

Foi então que Vítor Pereira se abeirou da vítima e, “sem que nada o fizesse prever, acionou a mola [da soqueira], assim fazendo sair a lâmina” e desferiu-lhe “um golpe com toda a força”, no tronco. O mecânico “cambaleou em direção à oficina”, enquanto o arguido entrou no carro, onde Paulo Abreu aguardava, e colocou-se em fuga.

“Motivo insignificante para atingir alguém da forma como o fez”, afirma o procurador da República

Apesar do socorro pronto do proprietário da oficina, que levou a vítima ao Hospital Senhora da Oliveira, onde foi operado de urgência, Félix Fernando viria a morrer, quando faltavam cinco minutos para a meia-noite, em virtude da gravidade do ferimento infligido. Para o MP, o arguido, “ao  actuar da forma descrita, agiu com o deliberado propósito de tirar a vida a Félix Fernandes, bem ciente de que o instrumento que utilizava, quer pela sua natureza corto-perfurante, quer pela zona do corpo procurada e atingida, era adequado a causar a morte do mesmo, o que quis e conseguiu”. O procurador Ricardo Tomás classifica como “especialmente censurável” a ação do arguido por se tratar de um “motivo insignificante para atingir alguém da forma como o fez”.

Vítor Pereira foi detido a 8 de novembro do ano passado e está em prisão preventiva desde então. O arguido começa a ser julgado, no dia 26 de novembro, acusado do homicídio qualificado de Félix Fernando e de um crime de detenção de arma proibida. A parte do inquérito referente a Paulo Abreu foi arquivada, uma vez que, segundo o MP, “toda a prova produzida nos autos vai no sentido de esse ataque ter sido idealizado e perpetrado unicamente por Vítor Pereira, não havendo nenhum elemento que aponte no sentido de o arguido ter confidenciado previamente” ao amigo, “as suas reais intenções”.

Jornalista Rui Dias

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