Infiltrações na Igreja do Mosteiro da Costa estão a destruir o património secular
“Um dia, chegamos aqui e temos uma surpresa”, diz-nos Manuel Guimarães, tesoureiro da fábrica da Igreja.


No interior da Igreja do Mosteiro de Santa Marinha da Costa, como consequência da degradação do telhado, a água e a humidade estão a provocar elevados estragos. As telhas, desalinhadas e muitas delas soltas, não defendem o património que a Igreja acolhe e as infiltrações, que ocorrem em vários locais do edifício provocavam já desprendimentos, quedas de reboco e de argamassas, sobretudo na zona do coro alto, área que foi interdita aos frequentadores daquele local de culto.
A humidade nas paredes e tetos levou também à formação de manchas, eflorescências e empolamentos e consequente degradação de rebocos. Há madeiras que entretanto apodreceram e acolheram fungos, nomeadamente atrás do altar. São também frequentes as quedas de energia provocadas pela humidade.
“Um dia, chegamos aqui e temos uma surpresa”, diz-nos Manuel Guimarães, tesoureiro da fábrica da Igreja, que nos acompanhou nesta visita à Igreja do Mosteiro da Costa.
A comunidade está “apreensiva quanto ao estado em que o edifício se encontra”, e formou recentemente um movimento. Temem que, caso não se realize uma “intervenção urgente” no teto da Igreja, no próximo inverno aconteça uma “catástrofe” e se perca ainda mais do valioso património que existe no interior.

O edifício “pertence ao Estado” e, por esse motivo, a paróquia está impedida de ali realizar qualquer intervenção. “Se fossemos proprietários faríamos uma candidatura, como fizeram outras paróquias”, adianta-nos o padre Carlos. “Como pertence ao Estado temos que aguardar que nos digam alguma coisa”.
Segundo o pároco, “em 2013 disseram que era urgente. Em 2018 voltaram a repetir o mesmo, mas afinal parece que está tudo parado. Sabemos que para fazerem uma intervenção têm que vir cá técnicos, e nos últimos tempos não veio cá ninguém”, adianta.
Em março último, expôs a preocupação do presidente da Câmara Municipal “um email ainda sem resposta”, perguntando sobre a “prometida intervenção que fez há uns anos” e a urgência da realização de obras “antes do próximo inverno”.
Dizerem-nos está prioritária, mas o prioritário é para quando? Questiona Manuel Guimarães. “Quando perguntamos e não nos respondem, percebemos que afinal o processo estará parado”.
O processo de intervenção está, ainda segundo o pároco, com a direção de Cultura do Norte, que até já “ameaçou fechar a Igreja” devido ao receio de queda de algumas peças e “falta de segurança”.
A desolação da população da Costa acentuou-se quando, em abril deste ano, foram anunciadas obras em museus, monumentos e palácios de intervenção prioritária, ao abrigo do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência. Em Guimarães estão previstas intervenções em três espaços: No Castelo; no Paço dos Duques e no Museu Alberto Sampaio.
A intervenção na Igreja do Mosteiro de Santa Marinha da Costa, imóvel classificado como de Interesse Público, e tida como “prioritária” ficou de fora deste plano.
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