Irmandade de S. Crispim e S. Crispiniano homenageia José Pereira na véspera de Natal
A Irmandade de S. Crispim e S. Crispiniano volta a receber os mais carenciados na Ceia de Natal, na noite de terça-feira, dia 24 de dezembro.

A tradição natalícia remonta a 1315 e desde esse ano que várias pessoas se deslocam ao albergue de S. Crispim, na estreita rua que liga a rua da Rainha à Tulha, procurando aconchego emocional e a Ceia de Natal.
Este ano, sob a liderança de Dario Carvalho da Silva, mantém-se a tradição, mas haverá uma particularidade com grande significado para a Irmandade, às 18h30 do dia 24. Prende-se com uma homenagem, a título póstumo, ao anterior juiz José Pereira, recentemente falecido.
A cerimónia “singela” acontece na Capela de S. Crispim, pelas 18h30, e é aberta à participação da comunidade.
Depois, pelas 19h00, realiza-se a Ceia de Natal, que junta à mesma mesa não só pessoas com carências financeiras, como também aqueles que passam sozinhos esta noite que se pretende que seja de afeto e de companhia. “Deixo um convite à população que vive sozinha, porque, independentemente das dificuldades, teremos todo o gosto e carinho em receber toda a gente nessa condição, para que possam partilhar connosco a Ceia de Natal”, disse Dario Carvalho da Silva, ao Mais Guimarães.
São muitas as entidades que apoiam a Irmandade nesta ação solidária, desde Câmara Municipal, Junta de Freguesia, pastelarias e outro tipo de comércio, muitos deles, disse Dario Carvalho da Silva, sob o anonimato.
Este ano, devido às circunstâncias, há um misto de emoções no seio da Irmandade que se foca em proporcionar o melhor momento a todos. Houve melhorias no espaço, em termos de equipamentos e acessibilidade, assim como pequenas reparações que foram feitas na Capela.
As equipas de apoio, aquelas que vão garantir a confeção e o serviço de mesa, estão constituídas e prontas. De ano para ano, mantêm-se. “Há alterações pontuais sempre que algum elemento sai”.
E se muitos julgam que há poucas pessoas disponíveis para trocarem o lar, pelo albergue de S. Crispim na noite de Natal, enganam-se. Prova disso é que a Irmandade chega a recusar pedidos por parte de pessoas que se disponibilizam para ajudar.

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Objetivo passa por abrir a Irmandade à sociedade em 2025
Foi uma fatalidade – o falecimento de José Pereira, então juiz da Irmandade de S. Crispim e S. Crispiniano – que “empurrou” Dario para a liderança. E não estava nos seus planos, apesar de ser o número dois da congregação há muitos anos. “Eu estava sempre lá para o que fosse necessário, mas sem pensar no futuro”. Ainda assim, a sua ideia era até ir preparando os elementos mais novos para um dia, ficarem ao leme da Irmandade.
O destino trocou-lhe as voltas. “Mas não podia recusar, os meus colegas nomearam-me de forma unânime e isso dá-me responsabilidade e orgulho”, disse ao Mais Guimarães.
Projetou já parte do que vai acontecer em 2025. O objetivo, disse, “passa por abrir a Irmandade à sociedade, através da cedência do espaço para cerimónias religiosas, como casamentos ou batizados”, sabendo da sobrelotação de agenda das igrejas da cidade.
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