Já se imaginou na Batalha de S. Mamede?
A experiência proporcionada pelo projeto “Afonso 360º”, criado por Marco Génio, é única e inovadora em Portugal e no mundo.
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Embarcamos na aventura e quase temos vontade de agarrar numa espada e lutar ao lado do nosso primeiro rei. A experiência proporcionada pelo projeto “Afonso 360º”, criado por Marco Génio, é única e inovadora em Portugal e no mundo. Na verdade, distingue-se pelo elo entre a realidade virtual e a componente histórica e educacional.
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Já com os óculos de realidade virtual a postos, e depois de escolhido um dos cinco idiomas disponíveis, o utilizador tem, nos próximos 16 minutos, a oportunidade de conhecer cada recanto do Castelo de Guimarães e as magníficas paisagens sob a cidade-berço, com visão a 360 graus.
Além da agradável visita, que convida à entrada no Castelo, há ainda espaço para a película que retrata a recriação da Batalha de S. Mamede, de 1128.
Tanto para os vimaranenses, como para os turistas, os cerca de 10 mil que por lá já passaram, o projeto apresenta-se como uma excelente forma de aprofundar as raízes da cidade-berço.
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“É ainda mais especial por contar com o envolvimento da comunidade vimaranense”
Marco Génio
“A ideia nasceu durante a pandemia. Durante o tempo que estive isolado, comecei a pensar sobre o que é que poderia fazer que ainda não tivesse sido feito. Surgiu a ideia da realidade virtual e, logo nessa altura, comprei os primeiros óculos para perceber como funcionava esta tecnologia”, começa por explicar Marco Génio.
Inaugurado a 24 de junho, dia Um de Portugal, o módulo localizado junto ao Paço dos Duques chama à atenção dos mais curiosos, uma vez que quase se confunde com a natureza envolvente.
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Tratou-se, segundo o responsável, de um “cuidado acrescido”, mas essencial. “Estamos numa cidade património da UNESCO e, por isso, optamos por um módulo em espelho, que reflete a paisagem à sua volta”, explicou, acrescentando que “a ideia também foi não estragar a beleza arquitetónica da cidade, incutindo o futurismo”. Também a recriação da Batalha de S. Mamede pode ser vista a partir de uma sala na torre principal do Castelo.
Outra das particularidades do projeto é que envolveu a comunidade vimaranense no seu todo. O momento do confronto com os galegos é interpretado por cerca de uma centena de voluntários, que se predispuseram a receber uma formação de esgrima e combate. “Para mim é mais especial ter o envolvimento da comunidade vimaranense”, confirmou Marco Génio.
Mas se por um lado o projeto “é mais especial por contar com o envolvimento da comunidade vimaranense”, Marco Génio também demonstra preocupação pela conservação do património que “orgulha todos os vimaranenses”. Assim, 10% da receita arrecadada com o “Afonso 360º” reverte a favor da preservação dos monumentos do Monte Latito.
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“É uma sensação única”
Para dar vida ao Afonso 360º foram ultrapassados muitos obstáculos a vários níveis. O “trabalho árduo” justificou-se pela pouca informação existente sobre a tecnologia em questão. Também a imprecisão dos factos históricos foi uma barreira, o que levou um historiador a integrar a equipa de trabalhos.
“Quem experimenta garante que é uma sensação única. Para mim, isso é ver o meu sonho tornar-se realidade”, garante o responsável do projeto.
Outra das preocupações foi tornar o projeto inclusivo. Apesar de já ter visitado o Castelo muitas vezes, foi durante as filmagens que teve a perceção do quão difícil é a visita ao Castelo para as pessoas com mobilidade reduzida. De forma a criar uma nova oportunidade para estes cidadãos, foi incluída uma cadeira giratória automática.
A tecnologia agora presente em Guimarães será exportada para outros países, nomeadamente Cabo Verde, já no próximo ano.
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Confirmando que ainda estão a ser firmados contratos com outras cidades, Marco Génio enaltece que “todas as cidades têm uma história que pode ser retratada, mas a ideia é sempre envolver a realidade virtual no processo”.
“Uma nova forma de olhar o património”
Para Adelina Pinto, vice-presidente da Câmara Municipal de Guimarães e vereadora da Educação, o projeto está alinhado com aquilo que a cidade quer ser, ou seja, “manter-se como uma cidade patrimonial, mas abrir-se a novas ferramentas e instrumentos que validam a nossa história”.
Enaltecendo a componente educacional do projeto, Adelina Pinto diz considerar muito relevante “a narrativa o Afonso 360º proporciona” uma vez que permite que, durante as visitas, as crianças sintam os espaços de forma diferente porque já tiveram a hipótese da visualização dos elementos históricos.
A experiência tem também sido vivida intensamente pelos seniores do concelho, que “ganham uma perspetiva diferente de tudo aquilo que já visitaram” através de tecnologia inovadora com a qual não imaginavam contactar.
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Já Isabel Fernandes, diretora do Paço dos Duques e do Castelo de Guimarães, considera que o projeto é “uma mais valia”, já que permite “uma nova forma de olhar para o património”.
“Sempre foi uma preocupação nossa e do próprio mentor do projeto que houvesse qualidade científica e verdade histórica”, refere a responsável, reconhecendo que “para tempos tão recuados é sempre muito difícil recriar os momentos”.
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José Torcato Araújo tinha acabado a experiência quando decidiu contar à Mais Guimarães as suas primeiras impressões. “É uma experiência inovadora, é muito interessante de ver e considero que é uma ótima maneira de contar história de uma maneira que toda a gente consegue entender”, contou.
O vimaranense enalteceu ainda que “a própria experiência tem uma maneira muito particular de ensinar a história”, o que lhe permitiu constatar detalhes que até então não conhecia.
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