“Tu tens às vezes teatros que negam a presença do teu espetáculo lá”? Questionava o Pedro Teixeira da Mota. Ao que João Baião respondeu: “Sim, alguns têm essa mentalidade. E, curiosamente, há um espaço que mesmo que tu próprio queiras alugar e pagar (…) Guimarães, no Centro Cultural Vila Flor. Os espaços de cultura estão abertos à comunidade e à população e eu acho que um espaço aberto é como um canal de rádio, de televisão, mas tem de estar aberto a várias propostas”.

“Ainda por cima quando se sabe que vai haver público”, completou Pedro Teixeira da Mota.  E João Baião continuou, apesar de não referir nomes: “O mais engraçado é que há um programador de teatro, que fez o espetáculo dos 30 anos [carreira] do Fernando Mendes, que era assumidamente de revista e, hoje em dia, sendo ele um dos programadores dos teatros, é um género que não aceita, só quer lá coisas profundo-intelectuais”. João Baião, recorde-se, esteve em Guimarães, em janeiro último, onde atuou no S. Mamede CAE e deixou nas suas redes sociais rasgados elogios à cidade.

Já em 2022 João Baião lamentava: “Os senhores que dirigem o CCVF não querem, mas gostávamos muito de ir a Guimarães”.  E confrontado com estas afirmações, Rui Torrinha, diretor artístico do CCVF e de Artes Performativas, clarificava ao Mais Guimarães que “a atividade do CCVF terá de ser sempre complementar ao ecossistema já existente, não se sobrepondo ou entrando em concorrência com outras entidades a operar no território”.

Neste caso particular e “face ao enquadramento anteriormente explicado”, foram sugeridas outras salas de espetáculo vimaranenses, como o S. Mamede CAE, que “opera nesta linha de eventos”. Estas sugestões, adiantou ainda na altura, é algo que fazem “de forma regular com outras solicitações idênticas, para que o espetáculo possa ser apresentado com sucesso em Guimarães”.