“Jungle Book reimagined”: A importância de falar de mais do que “somente o necessário”

A junção (quase) perfeita da dança, da música, da animação e da voz está presente em "Jungle Book reimagined" da companhia Akram Khan - que o público tão ansiosamente esperava -.

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Terminar o GUIdance a aplaudir de pé. Mas com o infeliz pensamento de que o que vem de fora enche e outros, igualmente bons – ou melhores -, não o fazem.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

A junção (quase) perfeita da dança, da música, da animação e da voz está presente em “Jungle Book reimagined” da companhia Akram Khan – que o público tão ansiosamente esperava -.

“O Livro da Selva”, de Rudyard Kipling, contava, em 1894, a história de um menino, Mogli, abandonado na selva. Adotado pelos animais, conhece Baloo, a pantera Bagheera, a jiboia Kaa e o tigre Shere Khan. Em 2022, a companhia trouxe uma versão diferente da história que já todos ouvimos antes de dormir ou vimos na televisão.

“Jungle Book reimagined” trouxe a importância de se escrever no feminino, de se mudar atitudes para um mundo melhor. Uma nova perspetiva e uma leitura crítica da obra. Mogli é, agora, uma personagem feminina. Os animais invadiram a cidade que querem para si. As alterações climáticas fizeram com que os cidadãos tivessem de sair.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Uma peça que se faz com base na afirmação de que “a humanidade tem sido arrogante ao agir perante o espaço, o ambiente, o planeta, como se fosse seu dono e senhor e julgando que controla a natureza”.

E, sem figurino que identifique, o público facilmente percebe quem é quem. E os movimentos encaixam como uma luva nas falas que, ao longo do texto, vão sendo ditas – e traduzidas -. A dança contemporânea, mas também a dança tradicional indiana fundem-se.

Mogli encontra, agora na cidade, os amigos ideais para continuar ali. E, através dos olhos de um refugiado climático, leva-nos a perceber a importância de nos relacionarmos com e de respeitarmos o mundo natural.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

Para trabalhar neste espetáculo, contaram alguns dos bailarinos na conversa com o público, viram vídeos dos próprios animais. Pui Yung Shum, que fez de Mogli, não o fez. Mas passou a reparar em todos os detalhes dos movimentos do quotidiano. “Mesmo o simples pegar numa garrafa, passei a perceber que as pessoas olham antes de o fazer”, exemplificou.

Curiosamente, aos 10 anos, Akram Khan fez de Mogli numa versão do clássico de dança-teatro indiano. Mas há mais que o liga à obra: “as lições de semelhança entre as espécies, a interdependência obrigatória entre os seres humanos, os animais e a natureza e, finalmente, um sentido de família e a nossa necessidade de pertença”.

© Cláudia Crespo / Mais Guimarães

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