Licenciamentos de casas caíram a pique em 2024 em Guimarães

Foi no ano de 2020 que mais obras de construção de edifícios para habitação foram concluídos em Guimarães

© CMG

Nunca se licenciaram tantas casas, em Guimarães como em 2023, mas no ano passado os licenciamentos diminuíram muito, de acordo com os números provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE). Apesar desta redução, o número de licenciamentos, em 2024, está nos níveis do último ano antes da pandemia, 2019. O número de habitações concluídas no Município, durante 2020, o primeiro ano da covid (531) foi o mais alto dos últimos 13 anos, mas no segundo ano da pandemia caiu a pique. O INE ainda não tem números relativamente às obras concluídas no ano passado, mas os registos de anos anteriores mostram que 2020 foi o ano em que concluíram mais obras de casas para habitação. Os números do licenciamento de edifícios para habitação, em Guimarães, seguem a tendência dos concelhos vizinhos de Braga e Famalicão e da sub-região do Ave.

Em 2019, o último ano antes da pandemia, foram licenciados, em Guimarães, 579 edifícios para habitação. Em 2024, o número de casas licenciadas andou muito próximo deste valor, foram 572. A covid parece ter influenciado pouco o ritmo das casas licenciadas, porque, embora se tenha registado uma pequena quebra em 2020 (a pandemia iniciou, oficialmente, a 2 de março de 2020), menos 49 edifícios, para um total de 530, no ano seguinte, 2021, ainda em pandemia, o número disparou para 664. Para encontrar um número de edifícios para habitação licenciados, em Guimarães, comparável ao de 2021, é preciso recuar a 2008, quando o registo foi de 668.

O ano de 2008 corresponde a uma pequena subida durante um período em que o número de edifícios para habitação familiar licenciados caiu de 1265, em 2002, para um mínimo de 113, em 2013. A partir deste registo mínimo, as casas licenciadas subiram de forma sustentada, até 2023, mais acentuadamente desde 2016, em que se registaram 256 licenciamentos, até chegar aos 594, em 2018. As quebras, em 2019 e 2020, são pouco expressivas e não invalidam esta tendência que só foi quebrada em 2024, com menos 353 edifícios para habitação familiar a serem licenciados, dos 952, em 2023,  descendo para os 572, em 2024.

©INE

Diminuição dos licenciamentos mais acentuada em Guimarães

O que tem acontecido no concelho de Guimarães com o licenciamento de edifícios para habitação familiar acompanha o que sucedeu nas cidades vizinhas de Braga e Famalicão. Em ambos os casos, 2023 foi o ano em que foram feitos mais licenciamentos, 1076 em Braga, e 605 em Famalicão. O ano de 2024 correspondeu a uma redução do número de licenciamentos nestes três municípios, embora mais acentuada em Guimarães: menos 2,6% em Braga, de 1076 para 1048; uma descida de 19,5% em Famalicão, de 605 para 487; e uma quebra de 38,1%, de 925 para 572, em Guimarães.

A sub-região do Ave também teve um pico de licenciamentos de edifícios para habitação familiar em 2023, contaram-se 1884. Em 2024, os números provisórios do INE apontam para 1527 licenciamentos nesta sub-região, uma quebra de 18,9% relativamente ao ano recorde e um pouco acima dos 1492 do ano de 2019, antes da pandemia.

© INE

Recorde de habitações concluídas foi em ano de pandemia

Relativamente às obras, em edifícios para habitação, concluídas em 2024, o INE ainda não tem números. Em Guimarães, depois de um mínimo de obras concluídas, em 2014, quando foram apenas 138, os números têm vindo a subir, lentamente até 2017 e depois de forma mais expressiva. Em 2018, foram dadas como terminadas 242 construções para habitação familiar. Em 2020, no primeiro ano da pandemia, atingiu-se um valor recorde de 531 obras de edifícios para habitação concluídos.

No segundo ano da Covid, 2021, as obras completadas diminuíram muito, saldando-se por 385. No ano de 2022, registou-se uma recuperação, com 516 obras a chegarem ao fim, quase tantas como no melhor ano, 2020. No caso dos municípios vizinhos a evolução das obras de edifícios para habitação concluídas, de 2019 a 2023, foi sempre crescente: 549 a 847, no caso de Braga e 307 a 516, no caso de Famalicão. Tal como aconteceu em Guimarães, em 2023, o número de casas terminadas, em Braga e Famalicão, decresceu: 685 e 482, respectivamente. Na sub-região do Ave, evolução do número de obras de habitações concluídas, entre 2019 e 2023, seguiu o padrão de Guimarães: com um mínimo no primeiro ano do intervalo, 884, que subiu para 1251, no ano seguinte, para cair, em 2021, para 1177, e voltar a subir para um valor máximo de 1409, em 2022, e voltar a baixar para 1271, no ano de 2023.

Em termos de tipologias, comparando os fogos construídos em 2023 com os que foram licenciados em 2024, nota-se um aumento de todos os formatos, com exceção dos T2. No ano passado, 9,1% dos fogos licenciados, em Guimarães, eram T0 ou T1, 24,1% eram T2, 59,1% eram T3 e 7,7% correspondiam a tipologias T4 ou superiores. Já os fogos concluídos no ano de 2023 eram, em 6,3% dos casos eram T0 ou T1, 32,2% eram T2, 56,8% eram T3 e os restantes 4,5% correspondiam a casas tipo T4 ou maiores.

Esta análise foi feita com base em números provisórios do INE. Os dados definitivos, relativamente aos licenciamentos, número de edifícios para habitação construídos e distribuição dos fogos licenciados e concluídos por tipologia, deverão ser publicados durante o mês de julho.

Jornalista Rui Dias

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