Maioria aprova empréstimo até 20 milhões. Oposição coloca em causa “ciclos e fins eleitorais”

A proposta de contratação de um empréstimo bancário até 20 milhões de euros, que serve para financiar obras candidatas aos investimentos europeus, foi aprovado pela maioria socialista na reunião de câmara desta segunda-feira, dia 03 de junho. A oposição absteve-se porque considera que o município tem receitas suficientes para lançar as obras e coloca em causa a relação da proposta com o "ciclo eleitoral".

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A contratação de um empréstimo até 20 milhões de euros num prazo limite de 20 anos visa “financiar todas as obras que o município está a candidatar ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e ao programa Portugal 2030. O financiamento a médio e longo prazo servirá de suporte financeiro”, explicou Domingos Bragança, presidente do município de Guimarães, no final da reunião quinzenal. Sem esse empréstimo, a autarquia “não poderia levar as obras a concurso”, deu ainda conta.

Ricardo Araújo, vereador da coligação “Juntos por Guimarães” considera que “as obras enunciadas são importantes para o concelho, mas não podemos deixar que o município esteja a contrair um empréstimo que será pago nos próximos 20 anos, aumentando o endividamento. Com uma gestão mais rigorosa, poderíamos ter evitado esse financiamento.”

O social-democrata acrescentou que o município “tem aumentado a sua arrecadação de receitas, muito devido à receita fiscal, e ao mesmo tempo endivida mais a autarquia.”

Além disso, o tribuno colocou em causa o “ciclo eleitoral” desta proposta, visto que o mandato de Domingos Bragança à frente da Câmara Municipal de Guimarães termina daqui a cerca de um ano e meio: “Há quatro anos aconteceu o mesmo. A um ano e meio do final de mandato, o PS contrata um financiamento que está relacionado com o ciclo eleitoral. Não podemos permitir que isso sirva pra fins eleitorialistas.”

Apesar de estar consciente de que o “município não pode perder o financiamento da União Europeia para assegurar a execução das suas obras”, Ricardo Araújo afirmou que Guimarães “não deveria utilizar o endividamento para as lançar. A autarquia deveria ter condições e margem suficiente para poder lançar as obras.”

Em resposta à oposição, o edil assegurou que o município tem “equilíbrio financeiro, mas pode perder-se de um momento para o outro”, acrescentando que está “estável”, mas pode tornar-se “precário”.

Domingos Bragança deu conta que a contratação de um empréstimo “não é positivo” para Guimarães e que “nada tem a ver” com “ciclo eleitoral”: “Temos condições para contrair um novo empréstimo, que serve para financiar o investimento europeu. Se não o fizéssemos, poderíamos perder o financiamento e isso ninguém perdoaria. Este é um empréstimo prudencial e não é eleitoralista. As obras não são para eu inaugurar, são para lançar a concurso. As obras não dão votos, porque enquanto estarão a decorrer, as pessoas não estarão satisfeitas”, finalizou o autarca.

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