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MAIS DO MESMO?

ANTÓNIO ROCHA E COSTA Analista Clínico

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por ANTÓNIO ROCHA E COSTA
Analista Clínico

Seguindo o exemplo dos ilustres cronistas que me precederam nos dois primeiros números deste neófito

periódico, começarei, como se diz na gíria popular, por “falar para o umbigo”.

Desde que se calaram, por penúria de meios materiais, vozes livres que enriqueciam a democracia e a “polis”, Guimarães ficou “menos Guimarães”.

Eu próprio, que tive a honra e o privilégio de dirigir durante alguns anos um desses projectos jornalísticos que não resistiu às vicissitudes dos tempos em que vivemos, venho afirmando repetidamente que, sem uma imprensa independente, isenta e plural, a cidade e o concelho não têm por onde respirar, sendo que

a sua respiração é nada mais nada menos que a expressão das ideias, das opiniões, dos pontos de vista, dos seus cidadãos e a narrativa tanto quanto possível verdadeira dos acontecimentos e dos factos que alimentam o pulsar da urbe.

Por isso, quando tive conhecimento de que iria arrancar este projecto jornalístico, ancorado na já razoável experiência da equipa que produz desde há cerca de três anos a revista “Mais Guimarães”, rejubilei com a notícia e, desde já enalteço a coragem daqueles que contra opiniões adversas, decidiram, em boa hora, vencer a inércia e contribuir para uma “Guimarães mais e melhor”.

Contrariamente às opiniões mais pessimistas que há muito decretaram a morte da imprensa escrita, entre outros motivos, pela concorrência impiedosa dos “blogues”, das redes sociais e outros quejandos, estou convicto de que um projecto desta natureza, desde que não se deixe desvirtuar, está destinado a vingar, neste deserto da comunicação, apesar do excesso de ruído, que não é certamente o mesmo que comunicação. Razão tem Umberto Eco, quando afirma que “A leitura é uma necessidade biológica da espécie.

Nenhum ecrã e nenhuma tecnologia conseguirão suprimir a necessidade da leitura tradicional”.

Sentirei seguramente imenso prazer em visitar periodicamente este espaço de opinião e procurarei, na minha modesta condição de escriba da província, corresponder às expectativas que em mim depositaram aqueles que me convidaram para participar nesta aventura.

Tentarei abordar temas com interesse para o leitor, privilegiando a realidade de uma cidade, centro de uma região, onde a cultura, o emprego, a saúde, a educação e outros aspectos que contribuem para a felicidade e o bem estar gerais, nem sempre serão precedidosdo sinal “mais”, já que entre o preto e o branco há sempre o cinzento e entre o mais e o menos haverá o “mais ou menos”.

Finalmente, creio que, para vingar, o jornal “Mais Guimarães” terá que ser diferente, quer na abordagem dos factos e dos acontecimentos, quer na capacidade de inovação, caso contrário, corre o risco de vir

a ser “mais do mesmo”. Com a ressalva, naturalmente óbvia,de não pretender alcançaro monopólio da verdade e aqui permitam-me citar Paul Ricoeur, filósofo francês: “Não pode haver uma totalidade da comunicação. Com efeito, a comunicação seria a verdade se ela fosse total”.

Não sendo donos da verdade absoluta, procuraremos disseminar a nossa verdade, através das nossas opiniões, das nossas estórias, das nossas narrativas.

Até breve!

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