“Mais do que uma simples eleição, em causa está o modelo de país que queremos construir”

Por mais que o país tente avançar, parece que a política portuguesa continua presa num ciclo de desgaste, onde o cansaço do eleitorado se mistura com a incapacidade das lideranças em apresentar visões renovadas. As eleições legislativas de 2025 acontecem num clima de incerteza, com uma sensação de déjà vu que mina o entusiasmo dos cidadãos e alimenta a abstenção — o grande vencedor das últimas votações.

© Eliseu Sampaio

O que está em causa, no entanto, é mais do que uma simples mudança de Governo. É o modelo de país que queremos construir para os próximos 10 ou 20 anos. Vivemos tempos em que os salários não acompanham o custo de vida, em que jovens com formação superior abandonam Portugal por falta de oportunidades e onde o acesso à habitação se tornou um luxo até para a classe média. A crise climática, por sua vez, deixou de ser uma ameaça futura para se tornar uma realidade presente, exigindo decisões corajosas — não apenas ajustes cosméticos.

Neste contexto, os partidos têm a obrigação de apresentar mais do que slogans ou soluções técnicas. Precisávamos de um debate claro sobre como reequilibrar as desigualdades, como financiar um Estado social robusto e como garantir um desenvolvimento sustentável, em vez de prometerem apenas crescimento económico.

O grande risco destas eleições não é apenas a instabilidade parlamentar que possa advir de um resultado fragmentado — é o afastamento progressivo dos cidadãos da vida democrática. Quando as urnas passam a ser vistas como inúteis, abrimos espaço ao autoritarismo e à resignação.

Em 2025, mais do que escolher partidos, escolhemos se queremos continuar a acreditar na política como ferramenta de transformação coletiva. A responsabilidade está, sim, nos partidos, mas também em nós — cidadãos, eleitores, agentes ativos. A indiferença não pode ser o caminho.

Por isso, votemos, de forma consciente e informada.

Nota de redação: Mais Uma vez, convidamos todas as listas concorrentes pelo distrito a apresentarem as suas ideias e propostas ao eleitorado. Agradecemos a disponibilidade de todos. Todos, podemos contribuir para melhorar a Democracia.

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