MAREGA

Por Eliseu Sampaio.

Dizia Fernando Capela Miguel na edição de dezembro último da Revista Mais Guimarães: “ A relação que temos com o futebol nos dias de hoje é uma doença. Não é uma prática desportiva.” Acrescentando que “Precisamos que esses jovens vistam a camisola e que vão ao futebol de uma forma sã e para respeitar a competição. Quando o adversário marca e é um bom golo, deve ser aplaudido e não tratado abaixo de cão. Ao nível da cidadania, há muito a ensinar e há muito a aprender.”

Servem estas sábias palavras para introdução do tema que é assunto do momento em Guimarães, no país, e em boa parte do mundo: O episódio do abandono do jogador do FC Porto, Marega, do recinto de jogo de domingo no Estádio D. Afonso Henriques. Não há como contornar a questão e dizê-lo de outra forma, a imitação de macacos não está na esfera dos palavões habituais, já em si reprováveis, e leva-nos a ter de assumir que houve, por parte de alguns adeptos um comportamento racista perante o jogador.
Marega tem em si antecedentes de comportamento desviante da conduta habitual de um jogador profissional de futebol. Pode ter festejado com demasiado fervor o segundo golo, contrastando com a deceção dos adeptos vitorianos naquele momento, mas nada, nada justifica esse comportamento.

É um problema cultural, está enraizado “até ao tutano”, sendo necessário, e urgente, consciencializarmo-nos dele (que este episódio nos leve a tomar essa consciência) e que nos impulsione também a iniciar o caminho que culmine na sua eliminação.

Pode ser um caminho longo e difícil, mas seria bom se conseguíssemos dar esse exemplo, demonstrando que as nossas virtudes são bem maiores que as nossas imperfeições.

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