Da Quaresma à Páscoa - 4 a 20 de Abril
Mário Moreira demite-se da presidência da Confraria Terras de Vimaranes

Na reta final de mandato, Mário Moreira apresentou a sua demissão do cargo da Confraria Terras de Vimaranes. Fala em “ingratidão, cinismo, incoerência, inveja e até ódio”.

© Mais Guimarães

“Não suporto ingratidão, cinismo, incoerência, inveja e até ódio, caraterísticas vulgares de gente rústica. A minha dignidade e o meu moral ético, diz-me que tenho de me retirar. É o que estou a fazer. Foi o que sempre fiz ao longo da minha vida em prol da comunidade”, lê-se numa nota enviada à Comunicação Social, por Mário Moreira, um dos fundadores, onde dá conta da sua decisão de sair.

Em declarações ao Mais Guimarães, referiu Mário Moreira que, após a sua demissão, “houve uma Assembleia Geral, onde foram apresentados os Relatórios de Atividades e de Contas”, altura em que “era suposto que saísse uma Comissão de Gestão que ficasse a coordenar o trabalho da Confraria”. No entanto, acrescenta, “isso não foi feito”. “Há uns dias apercebemo-nos que há uma Comissão de Gestão que não se assina, que foi autoconstituída”. “Provavelmente, será do conhecimento do senhor presidente da Assembleia Geral [Rui Guimarães] (…) acho que as coisas não foram muito claras”, refere Mário Moreira.

Adianta ainda que “há membros que não receberam qualquer informação relativamente aos cadernos eleitorais, há apresentação de listas e é até há data de eleições”. “E eu, sócio número 1 não tenho conhecimento de nada (…) penso que há aqui algumas irregularidades porque nãos e justifica que membros da Confraria não tenham recebido, até agora, qualquer informação”. No entanto, já há eleições – antecipadas – marcadas para 03 de maio, sendo que as listas candidatas a eleições devem ser apresentadas até dia 18 de abril.

Mário Moreira diz que sai da Confraria, “sobretudo, por um conjunto de constrangimentos” que lhe estavam “a fazer a vida negra relativamente a um conjunto de situações”.O responsável fala “em mau estar entre alguns membros da direção”, ao ponto de “começarem a bloquear as iniciativas da própria Confraria”. Não há nenhum fundador na Comissão de Gestão, disse Mário Moreira, assim como “nenhum dos membros da Direção que foi sufragada no início do mandato”.

© Mais Guimarães

“Havia uma vontade extensiva de me abater e que a melhor coisa a fazer era apresentar a minha demissão”

“Estas pessoas que foram aparecendo e que fazem parte da Direção, foram propostas em Assembleia Geral, não foram eleitas, foram emergindo no seguimento de algumas iniciativas que a Confraria foi fazendo, e foram ocupando lugares dos que, por várias razões, se foram demitindo das suas responsabilidades”, explica.

Refere Mário Moreira que se chegou a uma “situação insustentável”: “Havia uma vontade extensiva de me abater e que a melhor coisa a fazer era apresentar a minha demissão para o bem, não só pessoal, mas da própria instituição”.  Explica o surgimento de outras pessoas nesta altura, também devido à condição financeira da mesma, estável. “Temos a nossa conta bancária com 11.911,17 euros”. “Pessoas ávidas de poder, porque quando houve dificuldades em realizar um conjunto de tarefas, eram sempre os mesmos”. Mário Moreira está disponível para continuar na Confraria, “mas não com estas pessoas, não têm preparação, são inqualificadas”, avança. Disse estar disponível para integrar uma nova lista, com a condicionante de se manterem os membros fundadores da Confraria.

Há quatro grandes projetos nesta altura em marcha: “O projeto dos Vinhos, o projeto dos Caldos das Sopas e Papas, o projeto da Sopa do Mercado e temos o outro projeto que é Memórias do Saber Herdado”. “Neste momento, há 35 instituições ligadas a este projeto, com cerca de 20 técnicos ligados às coletividades, às Juntas. É carácter social, distribuímos algumas centenas de inquéritos, estamos a recolher memórias de receitas antigas e já recebemos 200. Não vejo, dentro deste grupo tóxico, gente capaz de acompanhar estas tarefas, estas iniciativas”.

O presidente demissionário entende que é necessário “haver uma limpeza na Confraria Terras de Vimaranes”, e que já antes havia de ter existido. Um erro proveniente do rápido crescimento da instituição. “Não interessa dizer que temos mais de 100 filiados, quando na realidade temos umas 30 ou 40 pessoas dispostas a dar continuidade ao nosso projeto, mas naturalmente que deve haver essa limpeza”.

Abandonar a Confraria não está nos planos do presidente demissionário. “Paguei as quotas deste ano”. “Estas pessoas que apareceram agora, que eu considero o “grupo da taberna das baratas estufadas”, que mostrem o que valem para, depois, os membros da Confraria tirarem as suas ilações”, refere Mário Moreira, que não esconde a mágoa que sente atualmente. Consigo, demitiram-se mais cinco pessoas que integravam a sua Direção, sendo que, segundo diz, da Comissão de Gestão não faz parte nenhum dos seus companheiros.

 

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