MOLINHAS PARA SALTAR
O Molinhas- Clube de Rope Skipping das Taipas é o […]
O Molinhas- Clube de Rope Skipping das Taipas é o primeiro do país exclusivamente dedicado à modalidade. A dedicação ao rope skipping (que é como quem diz saltar à corda) já deu frutos, nomeadamente a nível internacional: Gabriel Ferreira é recordista mundial de 30’’ velocidade e campeão do mundo em título.
Num só salto a corda passa uma, duas, três, quatro vezes por baixo do saltador. Como se não bastasse, além de fazer girar a corda, Gabriel ainda vai fazendo figuras, como criss cross, o magic ou outras. Na realidade, quem vê de fora muitas vezes não consegue sequer contar as passagens da corda, apercebesse-se simplesmente que ela não para de girar à medida que os saltadores vão fazendo figuras próprias da modalidade e outras adaptadas da ginástica. Estes saltadores, como Gabriel Ferreira, ou David Silva, atingem um nível tal que para eles fazer duplos (passar a corda duas vezes num salto) é qualquer coisa tão natural que poderiam fazê-lo infinitas vezes.
Quem vê de fora muitas vezes não consegue sequer contar as passagens da corda
Quando a modalidade surgiu em Portugal estava ligada à Federação Portuguesa de Ginástica, porém, a necessidade de desenvolvimento exigiu a criação de um organismo completamente dedicado: a Associação Portuguesa de Rope Skipping, com sede em Braga. No nosso país a modalidade está altamente concentrada nos concelhos de Braga e Guimarães. No concelho de Braga há quatro clubes, no concelho de Guimarães são os Molinhas. Recentemente surgiu um clube em Leiria e o trabalho feito a nível escolar, por algumas câmaras, leva a presidente do Molinhas, Sandra Freitas, a acreditar que a modalidade vai continuar a crescer e a difundir-se pelo país.
Nas Taipas a modalidade nasceu na escola EB 2,3 de Caldas das Taipas, pela mão do professor Nuno Dias, aproveitando os conhecimentos adquiridos numa formação dada por alemães em Guimarães, corria o ano de 2002. A modalidade começou por se desenvolver na escola e foi lá que parte dos técnicos que hoje dão vida à modalidade deram os primeiros saltos. Em 2004 foi lançado o primeiro manual técnico em português. No ano de 2009, sob a alçada da Federação Portuguesa de Ginástica, foram realizadas as primeiras competições, que os atletas das Taipas venceram.
A vontade de se organizarem para competir criou a necessidade de se integrarem na estrutura de um clube e o primeiro foi o CART, onde o Rope Skipping das Taipas esteve até 2014. Em 2014 foi formado o Molinhas. “Queríamos um clube em que o rope skipping fosse prioridade”, explica Sandra Freitas.
“Queríamos um clube em que o rope skipping fosse prioridade”, Sandra Freitas, presidente do Molinhas
Atualmente o Molinhas tem 40 atletas, entre os seis e os 18 anos e está num excelente momento, com a realização do Campeonato do Mundo, em Braga, no Pavilhão da Universidade do Minho, no próximo dia 20 de julho. A jogar em casa, Ângelo Santos, o diretor técnico do clube, aposta não só na revalidação do título mundial de Gabriel Ferreira, mas também na boa prestação de todos os outros elementos da equipa.
O futuro da modalidade passa naturalmente pela expansão. “Temos que ter mais clubes, mais atletas para a associação da modalidade ser reconhecida pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) como federação”, explica Ângelo Santos. O rope skipping e o Molinhas, em particular, ganharam outra visibilidade depois da participação no programa televisivo Got Talent. A vertente freestyle, que pode ser feita em pares, em quadras ou individualmente é a mais emocionante. O que as pessoas viram no programa foi uma coreografia especialmente elaborada para a performance no programa e, portanto, ainda mais espectacular.
A vertente de competição de velocidade, embora não tenha o atrativo da coreografia é admirável pela capacidade física que envolve. Gabriel Ferreira faz 209 saltos em 30 segundos, tão rápido que a contagem tem que ser feita por três juízes em simultâneo, que só contam a batida de um dos pés, porque seria visualmente impossível contar os dois. Ou a vertente Double Dutch em que há duas cordas em movimento simultaneamente e em que o saltador troca de posição com o rodador sem que a corda pare de rodar.
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