Moncho Rodriguez cabe na Casa da Memória

Por Eliseu Sampaio.

Eliseu sampaio

Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesA ideia não é minha e, portanto, neste caso como em outros, o seu a seu dono.

Francisco Teixeira, responsável pela Associação Artística Vimaranense – ASMAV, no passado sábado, na homenagem que associação preparou a Moncho Rodríguez, manifestava-me o desejo de ver perpetuada em Guimarães a memória da vida e obra do encenador brasileiro, falecido no passado dia 28 de janeiro.

A Casa da Memória, localizada na Avenida Conde de Margaride, surgiu-lhe como lugar ideal para a sua concretização.

Na Casa da Memória, descrita como um local “interpretação e conhecimento, que expõe e reflete sobre testemunhos materiais e imateriais do território de Guimarães” e que pretende contribuir para o “conhecimento da cultura, território e história de Guimarães e das suas pessoas” parece-me, de facto o sítio onde tal possa vir a acontecer. Haja vontade.

Salvaguardo a necessidade de uma vontade também política para perpetuar na cidade-berço a lembrança de Moncho Rodriguez. O encenador, que desempenhou um papel preponderante na dinamização cultural de Guimarães há 30 anos, sobretudo no que respeita ao teatro, não andou sempre de braço dado com os responsáveis pela política municipal para a cultura. Não raras vezes, Moncho, em manifestações de liberdade, necessárias nesta e noutras artes, revelou divergências.

Destaque-se que o encenador foi importante em Guimarães há três décadas e, curiosamente ou talvez não, no seu último ano de vida, reencenando na cidade-berço, 28 anos depois, “A Grande Serpente” e também “Os Gigantes da Montanha”, a última peça que fez subir ao palco.

Tive o imenso prazer de assistir aos “Gigantes da Montanha”, e de me sentir arrebatado naquele tempo, naquela noite chuvosa de novembro último. A peça parece ter sido escolhida a dedo, ao abordar a decadência do teatro como expressão livre, fazendo-nos pensar na arte que queremos e qual o papel que ela pode desempenhar nas nossas vidas, como instrumento transformador.

Foi um último momento, em que Moncho Rodriguez apelou à liberdade. Obrigado.

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