Município apresenta diagnóstico para a construção do plano estratégico cultural até 2032

O município apresentou, no passado sábado, dia 21 de janeiro, o diagnóstico do Plano Estratégico Municipal Cultura Guimarães 2032. A sessão teve lugar no Centro Cultural Vila Flor e teve como objetivo apresentar e discutir as dinâmicas culturais da cidade dez anos depois da Capital Europeia da Cultura (CEC) 2012.

© CMG

O diagnóstico foi elaborado pelo Observatório de Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura (PolObs) do CECS-UMinho, numa colaboração com o município de Guimarães. O documento resultou de um questionário submetido por 1.132 pessoas, em que apenas 363 foram validados, e através do contacto realizado com quase 700 pessoas.

O processo de construção do Plano Estratégico Municipal Cultura Guimarães 2032 assenta em duas grandes fases: O primeiro passo foi o diagnóstico das dinâmicas culturais de Guimarães no presente, através da análise documental, entrevistas, grupos de discussão, inquéritos por questionário e observação direta; Numa segunda fase serão recolhidos contributos para a elaboração do Plano Estratégico Municipal de Cultura de Guimarães até 2032.

A apresentação do diagnóstico contou com a presença de Paulo Lopes Silva, vereador da cultura na câmara municipal de Guimarães, e Manuel Gama, coordenador do plano.

De acordo com o documento, o centro histórico de Guimarães e o Centro Cultural Vila Flor (CCVF) são os espaços culturais mais visitados na cidade berço. Entre os equipamentos culturais mais frequentados, surgem o Castelo de Guimarães, o Paço dos Duques, o Pavilhão Multiusos, o Teatro Jordão e o Bairro C.

Fora de Guimarães mas ainda na região norte do país, os locais mais visitados são o centro histórico do Porto, o Bom Jesus, o Theatro Circo e o Alto Douro Vinhateiro.

Já no que toca aos eventos culturais em Guimarães, a participação é maior na Feira Afonsina, Festas Gualterianas, Guimarães Jazz, Guimarães Cidade Natal e Festival Manta. Fora da cidade, os inquiridos assistem mais à Braga Romana e ao festival Paredes de Coura.

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O diagnóstico deu a conhecer também que o Castelo de Guimarães é o espaço cultural mais simbólico da cidade berço, com 25,4% dos votos. Já o CCVF é o local com mais apreço por parte dos vimaranenses, com 36,3% dos votos.

É consensual que o património cultural é importante para os vimaranenses, com 93% das pessoas a considerar esse facto. O diagnóstico consta que há um sentimento de orgulho e pertença dos vimaranenses à cidade a ainda destaca o incremento turístico.

A maioria dos questionados prefere Guimarães no presente, em relação aos períodos anteriores à inscrição na Lista de Património Mundial da UNESCO (47,1%) e da designação de Guimarães CEC2012 (52,3%).

No período pós-CEC assistiu-se a um aumento significativo da oferta cultural em Guimarães. No entanto, o crescimento e a diversidade cultural ficou aquém do esperado, o que contribuiu para que o desenvolvimento de públicos seja inferior ao que seria esperado.

Apesar de um elevado grau de satisfação por parte dos vimaranenses em relação aos espaços culturais de Guimarães, há pontos que dificultam o acesso à participação cultural, nomeadamente a ausência de uma rede de transporte adequada e a falta de estratégias de relacionamento e comunicação entre os artistas, o município e os públicos.

O Diagnóstico das Dinâmicas Culturais Municipais de Guimarães dez anos depois da CEC2012 aponta como necessidades a descentralização dos processos de criação e produção cultural, bem como a promoção da articulação entre a cultura e a educação.

Uma das más práticas culturais apontadas no documento é a centralização da programação cultural no CCVF. Por outro lado, há políticas culturais do município que são apontadas como boas práticas, como o IMPACTA, ExcentriCidade, Casa da Memória, Bairro C, Guimarães Jazz, Guidance e a Orquestra de Guimarães.

No documento apresentado, foi colocada em cima da mesa a recuperação de projetos como o Mi casa es tu casa e o Gangue de Guimarães, bem como a implementação de projetos, como um programa de utilização dos espaços d´A Oficina.

O evento contou com algumas intervenções, como de Amadeu Portilha, presidente da Direção da Tempo Livre. Dá conta que “o estudo não mostrou a importância do Multiusos de Guimarães nas atividades culturais da cidade”, acrescentando que o documento “tem de ser corrigido”.

Destacando que “passam nesta casa milhares de pessoas nos vários eventos”, Amadeu Portilha refere que o diagnóstico “esqueceu uma componente importante e um espaço cultural de referência em Guimarães.”

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