Criado em 1928, por Decreto Lei de 17 de março, o Museu de Alberto Sampaio abriu as portas ao público a 1 de agosto de 1931 após um processo coletivo de luta e revindicação que visava manter em Guimarães o património artístico das diversas corporações religiosas locais, nomeadamente da Colegiada da Oliveira.

Esse processo teve início ainda no final do século XIX. À época, o presidente da Câmara, Luís Cardoso Martins da Costa Macedo, Conde de Margaride, convocou uma reunião pública para se tomar posição face ao projeto de incorporação imediata no Estado dos bens da então extinta Colegiada. Essa reunião, realizada a 24 de fevereiro de 1887, no teatro D. Afonso Henriques, constituiu uma impressionante manifestação cívica.
“A pressão da opinião pública, a intervenção parlamentar do deputado João Franco a favor do restabelecimento da Colegiada e a iniciativa do Cabido da Oliveira em criar um museu de arqueologia cristã foram determinantes”, explicam nas redes sociais. Quando, em 1911, a Colegiada é extinta pela segunda vez, o seu património móvel não sairá de Guimarães, sendo os objetos de valor artístico entregues à responsabilidade da prestigiada Sociedade Martins Sarmento, apesar de permanecerem nos espaços da Casa do Cabido.
Esta solução, no entanto, não era totalmente satisfatória, tendo a vereação municipal defendido a criação de um museu autónomo. Para isso, será decisiva, anos mais tarde, a intervenção do escritor, jornalista e crítico de arte Alfredo Guimarães junto de pessoas próximas do então ministro da Instrução Pública para que, finalmente, fosse decretada, em 1928, a criação de “um museu de artes decorativas” na cidade, com a designação de Museu Alberto Sampaio.