Não somos todos iguais

Por Mariana Silva.

Mariana Silva

Por Mariana Silva, Deputada na Assembleia da República (Os Verdes) Durante as campanhas eleitorais é frequente ouvir a famosa afirmação “São todos iguais!”. Se esta afirmação é verdadeira para muitos eleitos e alguns partidos, não o é para todos.

Por muito que nos tentem convencer disso, não somos todos iguais, nas análises que fazemos dos problemas do dia-a-dia, nas experiências de vida, na informação de que dispomos, na capacidade de nos afastarmos da pressão de uma imprensa cada vez menos isenta, na promoção da participação popular.

No anterior mandato da Assembleia Municipal, depois de muitos anos de luta, a CDU conseguiu que a intervenção do público se realizasse logo após o Período Antes da Ordem do Dia (PAOD), porque remeter esse momento de participação para o fim das reuniões não fazia sentido.

Agora que retomamos as reuniões presenciais, temos que trabalhar para deixarmos de ver o auditório da Universidade do Minho vazio de público, bem como as reuniões da câmara ou das assembleias de freguesia, para que se conheça o que é decidido, o que é prioritário e lembrar ou relembrar necessidades.

Por exemplo, a última sessão da Assembleia Municipal,realizada a 29 de abril e 3 de maio, teve uma agenda com 94 pontos.

Entre estes refira-se o tema da mobilidade com a discussão sobre um Metro de Superfície que ligue os municípios do Quadrilátero e a via dedicada do Avepark. Dois projetos, um mais avançado do que o outro, mas ambos sem a certeza de responderem à real necessidade de mobilidade dos vimaranenses e de escoamento das mercadorias das empresas, designadamente por via das exportações. Num tempo em que os investimentos em vários países da Europa estão mais virados para a ferrovia, em Portugal, apesar do prometido Plano Nacional Ferroviário, os responsáveis políticos de Guimarães continuam a querer apostar na rodovia, ignorar que o investimento no desenvolvimento do transporte público, sobretudo na ferrovia, é uma das medidas mais eficientes da mitigação das alterações climáticas.

Quanto ao metro de superfície é só mais um dos muitos planos, incluindo um teleférico até às Taipas, que vai servindo como distração das dificuldades de mobilidade dentro de um concelho tão disperso como o nosso e também de ligação entre municípios e distritos.

Outro dos assuntos tratados na referida reunião foi a questão da Unidade Hemodinâmica do Hospital de Guimarães continuar encerrada, apesar de estar pronta desde 2018. Os utentes abrangidos pelo Hospital Nossa Senhora da Oliveira poderiam usufruir de um serviço de qualidade, prevenindo complicações mais graves, mas falta a autorização da Ministra da Saúde ou falta a coragem de explicar porque a unidade continua encerrada.

A CDU levantou mais uma vez a questão do alargamento do Centro de Recolha Oficial de Animais de Guimarães, prometido desde 2017, que se arrasta no tempo sem concretização. Em resposta ao deputado da CDU, o presidente da câmara desculpou-se com o valor crescente da obra que pode ser um impedimento para a sua concretização. Só podemos lamentar que este tenha sido o caminho escolhido pelo executivo PS, com maioria, que podia já ter concretizado a obra sem a desculpa da Pandemia e da guerra.

Opções. Tudo se trata de opções políticas e no início deste mandato já percebemos que algumas das preocupações sobre a mobilidade, a saúde, o bem-estar animal cabem nas promessas eleitorais mas não cabem na realidade dos dias das pessoas, das empresas e dos animais abandonados.

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