Notas de Março

Por Mariana Silva.

Mariana Silva

Por Mariana Silva, Deputada na Assembleia da República (Os Verdes) O ano de 2020 foi um ano muito difícil, sobretudo porque lidámos com o desconhecido e as poucas certezas que tínhamos não eram, nem foram suficientes para que 2021 se iniciasse de forma serena e numa posição de combate ao vírus com grande objetividade.

Existem balanços deste ano de pandemia para todos os gostos, mas as certezas continuam a ser poucas. Precisamos de continuar a reforçar o Serviço Nacional de Saúde, que nesta tormenta foi o nosso porto de abrigo. Foi com o SNS que assegurámos a resposta à Covid-19. Apesar de todas as dificuldades que reconhecemos e não ignoramos, um serviço público, universal e tendencialmente gratuito, com um notável conjunto de profissionais de saúde, foram a garantia do acesso de todos aos cuidados possíveis.

Infelizmente, ainda não somos capazes de avaliar todas as consequências económicas, sociais e de saúde mental, mas sabemos que essa curva ainda não atingiu o pico, por isso, é urgente que se defina um plano de desconfinamento e de apoio a todos os que necessitam.

Se em março de 2020 tudo era desconhecido, em março de 2021 os peritos já são capazes de identificar alguns dos comportamentos do vírus e de criar medidas que podem e devem ser adaptadas e bem comunicadas a todos para que nos possamos proteger, a nós e aos outros.

Durante este ano, infelizmente, também os direitos das mulheres foram colocados em causa. Agora que assinalamos o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, não podemos ignorar que são as mulheres que mais sofrem com a pandemia. São as que mais abdicam da vida profissional para prestar assistência à família, aos filhos ou familiares dependentes, quando as escolas e as estruturas sociais de apoio foram obrigadas a fechar. São as mulheres que sofrem mais com a precariedade e que neste tempo de pandemia padecem mais com o desemprego.

É também cada vez mais claro que apesar da igualdade, na maior parte das vezes, já existir na lei, tem de se efetivar na vida, principalmente, quando se trata de fiscalizar as empresas que pagam menos às mulheres do que aos homens, com o mesmo nível de qualificação e para cargos iguais. Estudos recentes dizem-nos que, nos quadros superiores as mulheres ganham, em média menos 36,8% que os homens, ou seja, podem receber menos 1437 euros. Ora, para que esta desigualdade deixe de existir é necessário que se fiscalizem as grandes empresas e que se obrigue a cumprir com a lei.

O dia 8 de março de 2021 foi um Dia da Mulher diferente, mas foi um dia de luta e é preciso que continue a ser, para que não se façam mais vítimas do que aquelas que a COVID já provocou e para que os direitos das mulheres não sofram retrocessos.

Por último, no dia 9 de março o Marcelo Rebelo de Sousa toma posse do segundo mandato de Presidente da República. O que se espera é que, neste mandato, os afectos sejam dirigidos à defesa dos direitos dos trabalhadores, que sofrem há um ano com as consequências da pandemia. Que, sendo o Presidente de todos os portugueses, se lembre que não estamos todos no mesmo barco, e que as consequências sociais, económicas e mentais da pandemia vão afetar mais uns do que outros. Espera-se, pois, um papel activo para reforçar as estruturas do Estado para que todos possam ser apoiados.

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