Nuno Vieira e Brito: o país precisa do CDS-PP

O presidente da concelhia do CDS-PP de Guimarães desde julho de 2020, apela à “calma e a alguma lucidez” neste momento "conturbado" que o partido atravessa.

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Nuno Vieira e Brito, presidente da concelhia do CDS-PP de Guimarães desde julho de 2020, apela à “calma e a alguma lucidez” neste momento “conturbado” que o partido atravessa.

Foto: Mais Guimarães

O adiamento do Congresso Nacional eletivo que estava agendado para 27 e 28 de novembro, contra o parecer do Conselho de Jurisdição do CDS-PP, deixou muitos militantes descontentes com a atual direção do partido, liderada por Francisco Manuel dos Santos. O mal-estar está instalado.

Adolfo Mesquita Nunes, vice-presidente na direção de Assunção Cristas e António Pires de Lima ex-presidente do partido, são alguns dos elementos que anunciaram a sua desfiliação. Vânia Dias da Silva, eleita recentemente vereadora na Câmara Municipal de Guimarães, anunciou também que, ou a direção muda, ou abandonará o partido.

“É uma enorme pena ver gente de elevadíssimo valor sair do CDS. É que estão a sair alguns dos melhores dos melhores, alguns deles meus colegas no Governo”, disse o dirigente ao Mais Guimarães.

Nuno Vieira e Brito, o líder do CDS-PP em Guimarães, manifesta “tristeza por ver o partido, reconhecido por abarcar elementos de direita, centro direita e democratas cristãos, a afunilar-se naquilo que é uma área menos conservadora”, e muito “preocupado com a imagem que transmitimos para o eitorado”. O CDS deve ser “um espaço onde todos nós nos sentimos acomodados, um espaço livre e democrático que expõe as correntes que estão na sua base”, diz.

O país “precisa do CDS” acrescenta Nuno Vieira e Brito, um partido “com excelentes quadros”, com “pessoas capazes”, que têm uma “visão para o desenvolvimento económico e social do país”.

Foto: Mais Guimarães

Mas, “hoje, o CDS tem dificuldades em transmitir esta mensagem”, lamenta o dirigente. Mas vai mais longe, defendendo que “tem que valer por si próprio, e não em coligações constantes”, até porque “outros partidos se apresentam ao eleitorado com as suas ideias e programas. Mais do que agir pela sobreviência, o CDS-PP tem de fazer a sua afirmação”, diz Nuno Vieira e Brito.

Como conselheiro nacional, lembrou ao Mais Guimarães a sua intervenção na última Comissão Política, em que apelou à redução da “tensão interna do partido”.

Nuno Viera e Brito defende a realização do congresso na data que estava prevista, a 27 e 28 de novembro, por ser “necessário clarificar a situação política, clarificar a legitimidade política” da atual direção. Nuno Vieira e Brito diz acreditar que “ainda há tempo” e espera que a “clarificação ainda ocorra” e se consiga “inverter a situação em que o partido se encontra”.

O líder do CDS-PP de Guimarães, que integra a comissão para a agricultura a convite de Nuno Melo, o eurodeputado que quer disputar a liderança com Francisco Rodrigues dos Santos, lamenta também que a direita esteja “fragilizada” neste período pré eleitoral, devido às disputas internas do CDS e  também no PSD.

“O centro-direita poderia governar numa perspetiva de desenvolvimento económico e social, contrária à do atual governo socialista. Mas, “se não tivermos inteligência, se não tivermos juízo, poderá ser uma oportunidade perdida”.

Nuno Vieira e Brito

Para o dirigente, o país está “pior do que em 2016, tendo perdido competitividade, o SNS está com problemas, os salários não aumentaram e há uma escandalosa percentagem de pobres no país. Esta solução de esquerda provou que não funciona”.

Quanto à posição de Vânia Dias da Silva, eleita recentemente vereadora na Câmara Municipal de Guimarães pelo CDS-PP (na coligação Juntos por Guimarães), que anunciou que abandonaria o partido caso a atual direção se mantenha no poder, diz ser “um belíssimo quadro do CDS e da Câmara Municipal. Nós estamos felizes que ela esteja na câmara como vereadora do CDS, mas consideramos que todos os militantes têm o direito de repensarem a sua utilidade no partido”, referiu Nuno Vieira e Brito.

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