O Ano de Ouro de Guimarães e os 50 anos do 25 de Abril no Caderno 6 d’OsMusiké
Osmusiké - Associação Musical e Artística do Centro de Formação Francisco de Holanda - dão seguimento ao projeto dos Cadernos e lançam a sexta edição com foco no Ano de Ouro de Guimarães (1884) e nos 50 anos do 25 de Abril.

© Helena Lopes / Mais Guimarães
A Osmusiké – Associação Musical e Artística do Centro de Formação Francisco de Holanda vai lançar a 6ª edição da sua publicação periódica, OsmusikéCadernos, este sábado, dia 14 de dezembro, às 16h00, no Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães.Uma publicação periódica, cujo primeiro número foi lançado em tempos de pandemia, em junho de 2020, e que conta com o apoio da Câmara Municipal de Guimarães. É possível graças a uma equipa editorial coordenada por Jorge Nascimento, Agostinho Ferreira, Álvaro Nunes, João S. Pereira e Salgado Almeida.
Esta publicação, a sexta, é composta por 637 páginas, cerca de 80 colaboradores, e debruça-se sobre assuntos de interesse da cidade, sobre Guimarães em construção, figuras e curiosidades vimaranenses, artes e letras e a língua e os escritores, com especial incidência em Camões, a propósito dos 500 anos do seu nascimento. Abarca recensões e sinopses sobre o que por cá se vai produzindo e ainda a resenha das atividades d’Osmusiké, no âmbito das valências do teatro, música e poesia.
A chegada do comboio a Guimarães, em 1884, o surgimento da escola Industrial, a evolução da cutelaria, as Termas da Taipas, entre outros, são temas que constam no OsmusikéCadernos6. No que toca aos 50 anos do 25 de Abril, a publicação contém uma entrevista ao Coronel Rui Guimarães – vimaranense – os testemunhos dos presidentes de Câmara após o 25 de Abril, à exceção de Edmundo Campos, entretanto falecido.
O ex-autarca António Magalhães, que esteve à frente da Câmara Municipal de Guimarães ao longo de 24 anos, é também visado na publicação, assim como os 25 anos da Universidade do Minho, os 100 anos do Escutismo, os 30 anos da Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães, e os 25 anos da Tempo Livre, entre outras datas redondas de entidades locais.
OsmusikéCadernos 6 incluem também figuras de relevo, como Luís de Pina, Eduardo Almeida, Catarina Lencastre, Mariano Felgueiras, Isabelina Coelho, Valentim Moreira de Sá, entre outros. Estão registados os condecorados do ano, os investigadores da Universidade do Minho, os artistas com obras publicadas e expostas em Guimarães e o percurso d’Os Musiké ao longo de 2024, no que toca a atividade das mais variadas valências. A Capital Verde Europeia também tem destaque, como não poderia deixar de ser, na publicação.

©OsMusiké
“O que mais marca esta publicação é o trabalho coletivo e agregador”
A Mais Guimarães esteve à conversa com Jorge Nascimento, o líder do grupo, que se mostra orgulhoso do caminho até aqui traçado e da união dos elementos em torno de um projeto que, ao longo do tempo foi crescendo. “O que mais marca esta sexta publicação é o facto de ser um trabalho coletivo, agregador e diversificado, tendo Guimarães como objeto de estudo, assim como as suas gentes, estamos sempre a descobrir coisas”, disse o responsável.
O desafio, a cada ano que passa, é inovar e encontrar temas de interesse: “Já escrevemos sobre tanta coisa, temos sempre que inovar e trabalhar”. Até porque a sétima edição já está em andamento.
O projeto OsmusikéCadernos nasce em plena pandemia, em época de confinamentos. “Desafiei os meus companheiros a escreverem qualquer coisa, para depois publicarmos através do E-book, e conseguimos, fizemos a história da associação, com poemas e textos curtos. Lançámos online e o presidente da Câmara, Domingos Bragança também colaborou, e disse-nos que ia fazer com que o projeto não morresse, oferecendo-se para apoiar a publicação em papel”, conta à Mais Guimarães. Corria o ano 2020 e era lançado o primeiro Caderno, com tema Linhas do Tempo. O segundo debruçou-se sobre Abril e Liberdade, a terceira publicação visou os 20 anos da consagração, pela UNESCO, do Centro Histórico de Guimarães como Património Mundial da Humanidade, e a quarta sobre os dez anos de Guimarães Capital Europeia da Cultura, assim como o 20º aniversário da criação da associação Osmusiké, os 30 anos da Biblioteca Raúl Brandão e o centenário do Vitória. A publicação anterior foi sobre Linhas do Tempo.
Este é apenas um de muitos projetos e valências que foram nascendo no seio do grupo. Osmusiké mantêm a sede onde foram fundados, a Escola Secundária Francisco de Holanda. Foi criado em 2002, por Jorge do Nascimento, quando desempenhava a função de diretor do Centro de Formação daquela escola. O grupo formou-se com professores e educadores que aprenderam a tocar diversos instrumentos, a cantar e a coreografar músicas infantis com o objetivo de envolver os alunos na Música.
Osmusiké têm vindo a organizar saraus, concertos, sessões de poesia, projetos de animação da cidade e da periferia. Em 2008, expandiram o campo de atividade ao teatro, integrando esta nova valência por proposta de colegas professoras e educadoras, com a designação de Osmusiké Teatro.
Em 2013, surge outra valência, que passou a designar-se de Osmusiké Cantares Populares, tendo como objetivo preencher um vazio que se fazia sentir em momentos de convívio. Sob a orientação de Capela Miguel, com um conhecimento profundo da história local da cidade, dos recantos mágicos da cidade de Guimarães, surgem Osmusiké Visitas Culturais, depois Osmusiké Projetos, e aqui nascem os Cadernos.