O DIRIGISMO DESPORTIVO NA COMUNIDADE
JOSÉ LUÍS RIBEIRO Presidente da Associação de Ciclismo do Minho
por JOSÉ LUÍS RIBEIRO
Presidente da Associação de Ciclismo do Minho
O papel dos dirigentes desportivos, em especial dos que desempenham essa função em regime de voluntariado, tem vindo a ser gravemente subestimado apesar dos evidentes sintomas das dificuldades de desempenho e de recrutamento.
Com uma função social de reconhecida valia e imprescindíveis ao funcionamento das coletividades e associações, os dirigentes são o motor do sistema desportivo sem o qual os clubes e os atletas não teriam sequer a oportunidade de experimentar e de praticar desporto e, muito menos, de alcançar os seus feitos desportivos.
Base da construção do desporto, os dirigentes desportivos prestam à comunidade um serviço singular, mantendo ativos e dinamizando projetos que contribuem, por exemplo, para a integração social, a democratização da prática desportiva e a preservação dos valores do desporto.
Os dirigentes desportivos voluntários, alicerces do movimento associativo e prestadores de um serviço de interesse público, permanecem, porém, incógnitos no leque de incentivos, reconhecimento e valorização conferidos a outros agentes desportivos pelos diversos poderes. O próprio Regime Jurídico das Federações Desportivas estabelece que as Assembleias Gerais das Federações integrem representantes dos agentes desportivos (praticantes, treinadores e árbitros) ignorando em absoluto os dirigentes desportivos, o mesmo acontecendo nos planos de desenvolvimento e de distinção do mérito desportivo, promovidos a nível local ou nacional.
Habituados a beneficiar da participação cívica e do trabalho voluntário dos dirigentes desportivos, a comunidade em geral e os diversos poderes políticos não se coíbem de apresentar cada vez mais exigências aos dirigentes desportivos voluntários, a quem não admitem falhas, mas escondem-se na hora de os incentivar e apoiar.
Continuam a não existir formas de estimular e valorizar o papel dos dirigentes desportivos voluntários, com medidas e ações a nível local e nacional que também contribuam para melhorar as condições e a eficácia, tanto dos voluntários como das organizações e instituições.
A continuidade do dirigismo voluntário e dos próprios projetos associativos estará certamente em causa enquanto não surgirem medidas concretas que, em paridade com outros agentes desportivos, conduzam a um reconhecimento pleno da função dos dirigentes desportivos
Através desses incentivos e valorização, talvez seja viável, com as pessoas e para as pessoas, encontrar fórmulas capazes de ressuscitar e de manter viva a paixão, a criatividade e a dedicação dos dirigentes desportivos.
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