O PIEP FAZ POR DAR UMA NOVA VIDA AO PLÁSTICO
O PIEP fez parte do conjunto de 50 entidades fundadoras do Pacto Português para os Plásticos.

O PIEP fez parte do conjunto de 50 entidades fundadoras do Pacto Português para os Plásticos. Contudo, o trabalho daquele polo no sentido de fazer do plástico uma alternativa sustentável, através da reciclagem e da reutilização, “não é de agora”. Quem o diz é o diretor de projeto do PIEP, que realça ainda a necessidade de se sensibilizar a população.

O Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP), Centro de Interface Tecnológico Nacional para os Plásticos, situado no Campus de Azurém da Universidade do Minho, foi um dos membros fundadores do Pacto Português para os Plásticos (PPP).
O lançamento desse pacto aconteceu na terça-feira, dia 04, no Auditório Sede da EDP em Lisboa. Esta iniciativa é coordenada pela Associação Smart Waste Portugal e conta com o apoio do Ministério do Ambiente e da Acção Climática, Ministério da Economia e Transição Digital, Ministério do Mar, integrando a Rede dos Pactos para os Plásticos da Fundação Ellen MacArthur.
O objetivo é fazer com que, até 2050, o plástico deixe de ser um resíduo e passe a ser aproveitado. Mas “essa preocupação não é de agora”, garante Bruno Pereira da Silva, diretor de projetos no PIEP. Representou o polo entre as mais de 50 entidades fundadoras do PPP. O papel do PIEP será de elaborar um “mapa de trabalho”, uma vez que integra o Conselho Científico de acompanhamento. É que, em Portugal, o PIEP é reconhecido como centro de interface tecnológica e, a nível nacional, a UMinho é a única com um curso na área da engenharia de polímeros.
E, por isso, existe conhecimento suficiente para trabalhar com a indústria para dar a volta à vida dos plásticos. É que o PIEP também integra o projeto europeu ECOPlast, dedicado à investigação de novos materiais biocompósitos com base em matérias renováveis para a aplicação da indústria automóvel, para além de ter criado um biopolímero (uma fibra de celulose de eucaplipto) que é uma mais-valia na mesma indústria, mas que pode também ser aplicado ao mobiliário, por exemplo. “O PIEP também é signatário da Circular Plastic Alliance, assinada por várias entidades europeias”, acrescenta. Ou seja, a abordagem é transversal: “Queremos ajudar toda a cadeia de valor”, afirma o diretor de projeto. O PIEP quer, por isso, “que o plástico tenha uma nova vida”.
“Acima de tudo, o PIEP quer fazer a substituição dos plásticos de uso único. Fazer estudos para perceber se estamos a substituir plástico por outro produto que seja mais amigo do ambiente ou não”, explica, acrescentando que não se pode “substituir por substituir”. “Temos de olhar para o plástico não como um resíduo, mas sim como um recurso que pode ser reutilizado”, diz.
Corrigir erros é importante, sensibilizar também
Aplicar essa informação à realidade passa por corrigir erros que são anunciados como soluções ecológicas. Bruno Pereira da Silva aponta, a título de exemplo, a “substituição de copos de café de plástico para os de papel”: “Os de papel têm plástico. Logo, não é reciclável e é uma solução ambientalmente pior.” A tomada de decisões conscientes é, por isso, um trabalho conjunto, já que “o PIEP está comprometido com a indústria para ajudar a traçar objetivos europeus e nacionais e perceber o papel do plástico na sociedade, preocupando-se sempre com a questão da sustentabilidade”.
O PPP tem, para além de reaproveitar o plástico até 2050 e tirá-lo da categoria “resíduos”, outros objetivos em vista: até 2025, quer-se que as embalagens contenham plástico 100 por cento reciclável e, no mesmo ano, espera-se que 70 por cento das embalagens de plástico sejam efetivamente recicladas. Já as novas embalagens, nesse ano, terão, pelo menos, 30 por cento de plástico reciclado. Mas há mais: até ao final do ano corrente, o PIEP e as restantes entidades envolvidas comprometem-se a definir “uma listagem de plásticos de uso único considerados problemáticos ou desnecessários e definir metas para a sua eliminação”, completa comunicado enviado pelo polo vimaranense.
Para Bruno Pereira da Silva, há ainda outra vertente a apostar para atingir as metas apontadas no PPP: a sensibilização do cidadão para a reutilização e reciclagem do plástico. Sem se colocar a embalagem de plástico no ecoponto destinada para tal, não se consegue o pressuposto: dar a volta à imagem que temos do plástico e pô-lo a circular, de vida em vida
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