O Plano de Ação preparado por António Cunha para tirar Guimarães da crise

O Plano tem cinco medidas de curto e 10 de médio prazo.

Plano de ação_barra

Agricultura vertical em espaço urbano, criação de peixes na cidade e engenharia Aeroespacial. O plano do Gabinete de Crise e da Transição Tecnológica é um longa lista de intenções relativamente a uma sociedade mais assente nas novas tecnologias, mas com muito pouco a dizer aos empresários afetados pela crise provocada pela pandemia.

Foto: DR

De acordo com Domingos Bragança, o Plano de Ação do Gabinete de Crise e da Transição Económica foca-se em dois objetivos: no imediato, criar “um conjunto de medidas capazes de mitigar o impacto económico nefasto no tecido socioeconómico do território vimaranense causado pelo covid-19”; no médio e de longo prazo, “importa construir um novo modelo de sociedade que seja capaz de dar resposta não só aos desafios prementes, mas também aos que se perfilam no horizonte”. Neste segundo eixo o plano foca-se no desenvolvimento sustentável, “não apenas económico, mas também focado numa sociedade inteligente…”

Foto: Rui Dias

O documento foi preparado por um gabinete liderado pelo ex-reitor da Universidade do Minho, António Cunha, que, em outubro, saiu para assumir a presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N). Domingos Bragança nomeou então, para uma liderança bipartida, os professores da UMinho Carlos Bernardo, ex-vice-Reitor e ex-presidente da Escola de Engenharia, e Pedro Arezes, atual presidente da Escola de Engenharia.

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Quanto ao Plano de Ação proposto por António Cunha, ele é composto por dois tipos de medidas, umas de curto prazo e outras de médio prazo. “As medidas de curto prazo (cinco) oferecem respostas imediatas e adequadas às dificuldades da conjuntura presente”, lê-se no enquadramento do Plano. As medidas de médio prazo, 10 no total, destinam-se a preparar as empresas e empurrar a Região “em torno do conceito agregador de Hub tecnológico do novo momento de reindustrialização da Europa”.

No enquadramento reconhece-se que o foco do Plano está na digitalização da economia, com particular atenção na indústria.

Medidas de curto prazo

Domingos Bragança, sempre que confrontado com a falta de apoios à economia local, no quadro das dificuldades criadas pelas medidas para conter a pandemia, remete para este Plano de Ação do Gabinete de Crise e Transição Tecnológica. Aos pequenos empresários vimaranenses, afetados pela crise, interessam fundamentalmente as cinco medidas de curto prazo.

Apoios públicos

É uma medida que visa ajudar e aconselhar as empresas de Guimarães com necessidade de recorrer aos apoios criados pelo Governo, “nomeadamente nas áreas do Financiamento, Apoio à Atividade e Emprego, Medidas Fiscais e Legislação Relevante, bem como a outras medidas decretadas no contexto da Covid-19.”

Foto: Rui Dias

Não se trata, portanto, de um apoio direto à economia local, tão só um aconselhamento no acesso aos apoios implementados pelo Governo central.

A implementação da medida é da responsabilidade do Espaço Empresa, estrutura de apoio empresarial constituída por protocolo entre o IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, a AMA – Agência para a Modernização Administrativa, a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal EPE e o Município de Guimarães.

Apoios especiais do Município

Um conjunto de medidas, “excecionais e temporárias”, para apoiar as empresas, que visam “dar resposta ao impacto económico negativo provocado pela Covid-19.” Especifica-se no documento que estas medidas se aplicam a todas as empresas, “incluindo as que se encontram em layoff, independentemente da sua dimensão”. As medidas elencadas no Plano são o diferimento na liquidação de receitas municipais, isenções ou suspensão do pagamento de taxas e outras receitas municipais, bem como a possibilidade de pagamentos em prestações sem juros.

Quiosque eletrónico

Uma plataforma eletrónica de vendas, disponibilizada de forma gratuita pelo município. De acordo com o Plano, destina-se “ao comércio tradicional e à restauração e tem como objetivo a criação de um espaço digital que permita às empresas a comercialização dos seus produtos.”

No Plano indica-se que o objetivo da plataforma é “suster a quebra do volume de negócios provocada pelas restrições da mobilidade”. O Proximcity arrancou no dia 4 de dezembro, mas, pelo menos inicialmente, com um sucesso muito limitado. Por altura do Natal, alguns comerciantes, ouvidos pelo mais Guimarães, criticavam a plataforma por não funcionar adequadamente. Outros comerciantes têm uma visão ainda mais negativa, apontando a plataforma como uma forma de acabar e não de promover o comércio de rua. “Se o cliente quiser comprar Levis, não vai procurar a minha loja no Proximcity, vai ao site da Levis”, comentava um cliente nessa altura.

A Câmara Municipal investiu mais de 100 mil euros no projeto Proximcity, que o vereador do PSD, Hugo Ribeiro, classificou como um “flop”. Até 8 de janeiro tinham sido realizadas 260 encomendas e dos 40 mil euros em vouchers de desconto, oferecidos pela Câmara, só tinham sido usados 1.350 euros.

Dispositivos médicos e EPI

Esta medida visa promover o desenvolvimento e fabrico de dispositivos médicos e equipamentos de proteção. Embora não concretize como, o Plano propõe o apoio à migração de setores da indústria tradicional (têxtil e calçado) para o fabrico de produtos da área médica.

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Um dos pontos mais concretos desta medida é a disponibilização de projetos desenvolvidos a partir dos centros de I&D da UMinho e do IPCA e entidades associadas. Ainda assim, não é mencionado nenhum projeto em concreto. O mesmo acontece com a promessa de lançar projetos colaborativos envolvendo empresas e unidades de I&D da Região, o Plano nada diz sobre que projetos, ou que empresas.

Nesta medida está também contemplada a agilização do apoio técnico ao desenvolvimento e certificação de produtos, embora também neste caso, não se perceba em que medida e de que forma é que este apoio vai ser feito.

Via Verde Investigação e Desenvolvimento (I&D)

A ideia subjacente a esta medida é que a transferência de conhecimento entre os centros de I&D e as empresas deve ser mais ágil, “de forma a que [sic] o desenvolvimento e certificação de novos produtos e serviços possa ser acelerado.”

A medida preconiza a criação de um liaison group (grupo de ligação) com os centros de I&D da Escola de Engenharia da UMinho (2CA, o CCG, o CVR, o DTx, a Fibrenamics, o IB-S, o IDEGui, o MACC, o PIEP e a TecMinho) e promete também a criação de um grupo de trabalho para agilizar a relação entre o IPCA e as empresas.

Propõem-se o lançamento de projetos colaborativos envolvendo as unidades de I&D e as empresas nos domínios da automação e robótica, logística inteligente, comércio eletrónico e segurança e sustentabilidade na agricultura.

E assim se resumem as cinco medidas de curto prazo contidas no Plano de Ação do Gabinete de Crise e da Transição Digital.

Medidas de médio prazo

Relativamente às medidas de médio prazo, são dez, onde abundam as agendas, cinco no total: Agenda empreendedorismo e criatividade IDEAG; Agenda Talento G Brain; Agenda Made and Designed in Guimarães G4 World; Agenda Inovação I9G; Agenda Digital D4G.

Agenda digital

Aponta para desencadear um processo de transição “por via da digitalização, da robótica, da internet das coisas, do big data, da inteligência artificial entre outras tecnologias emergentes.” Neste ponto fala-se em apoiar as estratégias e planos de transformação das empresas através de aconselhamento técnico e ações de divulgação e partilha e de experiência. Apontam-se como alvo desta medida as empresas do Tech-Hub, independentemente da sua dimensão.

A coordenação da Agenda Digital fica a cargo do GSET/ Município de Guimarães em colaboração com as instituições nacionais e internacionais, nomeadamente UMinho, IPCA, DTx, CCG ou o EIT Digital.

Agenda da inovação

Na verdade, é pouco percetível a diferença entre esta agenda e a anterior. Diz o Plano que se pretende “apoiar as empresas na implementação das tecnologias-chave da transformação digital”. Entre os objetivos da medida vem mencionado o aumento da atratividade e potencial exportador do tecido industrial de Guimarães.

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A medida é também virada para a sustentabilidade e, nessa linha, outro dos objetivos enunciado é a promoção da economia circular e da eficiência energética.

Projetos colaborativos

Trata-se de iniciativas-piloto dedicadas ao desenvolvimento de aplicações tecnológicas e à promoção de sinergias em setores estratégicos. No Plano são enumerados seis projetos-piloto em curso (embora não mencione as instituições envolvidas em nenhum dos projetos).  A cada um destes projetos-piloto é associada uma questão. A Fábrica do Futuro (por exemplo): como será e como funcionará a Fábrica do Futuro, tirando partido da sensorização, automação ou das técnicas de fabrico?

Nestes “projetos-piloto em curso” há demandas por respostas a questões que interessam não só a Guimarães, mas a toda a humanidade. O projeto-piloto ‘Agricultura: Segurança e Sustentabilidade’ está associado à pergunta: “como vamos alimentar em quantidade e segurança 9 biliões de pessoas em 2050?”

Agricultura em espaço urbano

Como o próprio nome indica, a ideia é promover o desenvolvimento de hortas urbanas e acrescenta-se a vontade de fomentar o urban fish farming (criação de peixes em ambiente urbano). Os objetivos referidos para esta medida são a exploração de métodos e técnicas produtivas avançadas na eficiência e sustentabilidade ambiental; produzir alimentos com elevados parâmetros nutritivos e de segurança; criar uma plataforma open source de partilha de conhecimento sobre este tópico; divulgar e educar a população sobre a inovação produtiva, a sustentabilidade ambiental e a segurança alimentar; criar sinergias que favoreçam a aplicabilidade das inovações tecnológicas aos produtores locais; produzir inovação na eficiência e  capacidades do urban and vertical farming.

A agricultura vertical é uma ideia pioneira que permite a produção de alimentos de forma ecológica e em grandes quantidades diretamente nas áreas metropolitanas. É uma espécie de cultivo em estufas verticais.

Agenda made and designd in Guimarães G4 World

Este ponto do Plano visa colocar a marca Guimarães “no radar internacional dos destinos associados à manufatura com qualidade e sustentabilidade”. De acordo com o próprio texto do plano, trata-se de “amplificar” a “reputação [de Guimarães] nos mercados globais.”

A coordenação da medida cabe ao GSET/ Município de Guimarães em colaboração com diversas instituições nacionais e internacionais, nomeadamente a UMinho, o IPCA, o DTx, o CCG e o IDEGui.

Os objetivos traçados para a medida são posicionar Guimarães e a Região Norte como destino industrial europeu de referência; dar visibilidade às empresas exportadoras; atrair investimento estrangeiro, de forma seletiva, criando um programa de promoção e ajuda a investidores; identificar e promover fatores de diferenciação do tecido económico da Região; promover a marca Guimarães – Marca G –, associada à qualidade, tecnologia, design e sustentabilidade; promoção e desenvolvimento de um cluster centrado na inovação tecnológica e na sustentabilidade – Hub Tecnológico; promover e apoiar estratégias de proteção de propriedade industrial.

Não se percebe exatamente em que é que esta medida se diferencia das ações desenvolvidas pelo Guimarães Marca, um projeto da Divisão de Desenvolvimento Económico do Município. A grande ausência deste documento é mesmo o pelouro económico da Câmara, para quem não é reservada uma única referência em todo o Plano.

Agenda talento (G Brain)

A evolução tecnológica vai tomar conta de tarefas repetitivas ou pesadas, por isso, o Plano reputa o capital humano como essencial. “É na capacidade de gerar novas ideias que assenta o crescimento das empresas e dos seus modelos de negócio”, refere o texto da proposta de António Cunha.

Entre os objetivos estão a requalificação e o desenvolvimento de competências, promover a capacitação e inclusão digital da generalidade da população e a aposta no capital humano, através de formação inovadora para trabalhadores e empresários, claro, através de suportes digitais e à distância.

Esta é mais uma agenda que ficará a cargo do GSET/ Município de Guimarães, contando com diversas instituições nacionais e internacionais como parceiras, nomeadamente a UMinho, o  IPCA, o DTx, o CCG ou o EIT Digital.

Agenda empreendedorismo e criatividade IDEAG

Mais uma agenda da responsabilidade do GSET/ Município de Guimarães. Neste caso para gerar as condições necessárias para apoiar jovens empreendedores de grande potencial.

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O Plano preconiza o apoio a empreendedores que pretendam arrancar os seus projetos na Região. Para isso devem ser disponibilizados espaços de incubação e equipamentos que facilitem o arranque dos seus negócios. Serão criados programas focados na aceleração de ideias inovadoras e novos modelos de negócio. Além disso, pretende-se criar uma rede de parceiros estratégicos de apoio.

No âmbito desta medida, fala-se na implementação de estratégias que visem a atração e fixação de empresas nacionais e internacionais na região e de potenciar o desenvolvimento de uma cultura criativa e empreendedora. Mas, trata-se apenas de pontos numa enumeração de objetivos. O Plano não concretiza nada relativamente às ações a desenvolver para alcançar estas metas.

Idea-G e Hackathon-G

Ainda integrados na “Agenda empreendedorismo e criatividade IDEAG”, há um concurso de ideias e um evento de sprint criativo.

O Idea-G será um concurso de ideias direcionadas para áreas de negócio consideradas estratégicas, visando a criação de novas empresas que revitalizem o tecido industrial da região.

Já o Hackathon-G será um evento onde, em 48 horas, onde várias equipas tentarão encontrar soluções para os problemas apresentados, num sprint criativo e técnico orientado para a apresentação de protótipos funcionais que possam viabilizar a criação de novas startups.

A medida contempla a criação de um espaço equipado (G-LAB) com tecnologia de impressão 3D e diversos equipamentos eletrónicos e digitais para a produção de pequenas séries e protótipos, podendo ser usado por particulares e empresas.

O G-START consiste num conjunto de espaços, espalhados pela cidade, para incubar startups, também previstos nesta medida.

Tech Center Tech_G

Pretende ser um espaço tecnológico o ancorado e dinamizado pelas instalações do Fibrenamics e da Agenda Multidisciplinar para a Engenharia Aeroespacial (AMEA) da Escola de Engenharia da Universidade do Minho.

De acordo com o Plano esta deve ser uma referência “nacional e internacional centrada na inovação em vários domínios ligados ao setor tecnológico e aeroespacial.”

Neste ponto, o Plano junta fotografias da Fábrica do Arquinho, para onde a Câmara Municipal já tinha anunciado a futura Escola de Engenharia Aeroespacial e uma extensão da plataforma Fibernamics.

Digital Center Digi_M

É uma infraestrutura de desenvolvimento de soluções tecnológicas ancorada e dinamizada pelas instalações da Academia getDigital, do DTx, do DoneLab, do Centro de Demonstração de Digitech, do G_Fab e do Espaço IPCA.

Propõem-se alavancar a transformação digital do tecido empresarial, especialmente os setores industrial e da manufatura. Entre os objetivos, está a criação de “novos produtos e serviços assentes em novas tecnologias e que permitam alcançar grandes ganhos de eficiência.”

O Digi_M ficará instalado na Fábrica do Alto, em Pevidém, ocupando uma área de cinco mil metros quadrados.

Avepark

Não é propriamente uma novidade, mas surge, mesmo assim, apresentado neste Plano de Ação, como sendo a oitava de 10 medidas de médio prazo. A entrada em funcionamento do Discoveries Centre, uma estrutura transdisciplinar de I&D centrada na investigação e desenvolvimento de soluções na área da Medicina Regenerativa e de Precisão e em tecnologias de ponta.

O projeto The Discoveries Centre for Regenarative and Precision Medicine foi lançado pelo Ministro da Ciência e do Ensino Superior, em maio de 2017. Trata-se de uma iniciativa com o objetivo de criar, em Portugal, um novo centro Europeu de investigação de excelência, multicampi, na área de Medicina Regenerativa e de Precisão, que obteve um financiamento de 15 milhões de euros da União Europeia, no âmbito do programa TEAMING do Horizonte 2020.

A frase que surge em destaque no Plano, para descrever esta medida é: “aliar o poder computacional à medicina regenerativa e à investigação em novas tecnologias”.

Living-LABS G-LABS

Esta medida fala na criação de “uma Zona Livre Tecnológica e criação de um Social-Tech Lab que permita a experimentação tecnológica e o teste de sistemas ciberfísicos e de novas soluções e produtos em áreas da mobilidade e das comunicações 5G”.

À partida não parece algo que o vulgar vimaranense perceba o que é. Talvez se dissermos que se pretende investigar soluções centradas na mobilidade e na internet das coisas e reforçar a cobertura 5G a toda a cidade, a medida se torne mais compreensível.

Escola-Hotel G-Hotel

Aqui está mais uma medida que António Cunha se limitou a importar para o seu plano. O anúncio da localização da Escola-Hotel do IPCA, em Guimarães, mais propriamente no edifício senhorial da Quinta do Costeado, foi feito por Domingos Bragança, em maio de 2017.

Foto: DR

Esta escola visa formar profissionais nos domínios da gastronomia e do turismo. O projeto de arquitetura da Escola-Hotel do IPCA já foi, inclusivamente, apresentado, em janeiro passado.

Acima estão resumidas as 10 medidas de médio prazo que o Plano de Ação do Gabinete de Crise e da Transição Tecnológica propõe. 

No total, o documento é composto por 39 páginas. Cada uma das cinco medidas de curto prazo e das 10 de médio prazo ocupa, em regra, duas páginas. A primeira página é ocupada por uma imagem e pelo título da medida, sobra uma página para o texto. Cada medida é explicada em pouco mais de mil caracteres, incluindo espaços.

As medidas, na grande maioria dos casos, não vão além de um programa de intenções. Excluindo, obviamente, os programas que foram cooptados para este Plano, mas que já estão em andamento.

O programa diz pouco ou nada sobre os passos que é preciso dar para alcançar os objetivos traçados e os próprios objetivos são muito vagos. “Promover uma cultura criativa em toda a região”, é um exemplo de um destes objetivos suficientemente abrangente para poder abarcar uma infinidade de medidas, mas demasiado vago para poder ser medido quanto à sua execução.

As metas objetivas como “reforçar a cobertura de rede 5G a toda a cidade”, não são muitas. Mesmo estes objetivos mais facilmente mensuráveis, carecem de um compromisso calendarizado para poderem ser monitorizados.

Poucas soluções para os problemas imediatos num Plano virado para o aproveitamento da “bazuca”

O Plano é muito mais de Transição Tecnológica que de Crise. Isso nota-se até no número de medidas, 10 contra cinco. Dentro das cinco medidas de curto prazo, para apoio às empresas em tempo de crise, a Câmara Municipal incluiu uma medida que se trata apenas de apoiar as empresas a concorrerem aos apoios do Governo central. Os Apoios Especiais do Município, incluindo diferimentos na liquidação de receitas municipais, isenções ou suspensão do pagamento de taxas e outras receitas municipais, bem como a possibilidade de pagamentos em prestações e sem juros revelaram-se insuficientes e estão agora ultrapassadas pela proposta de procedimento para elaboração de um Regulamento Municipal de apoio à economia local, aprovada na reunião de Câmara de 5 de abril.

Já a “Via Verde Investigação e Desenvolvimento”, outra das cinco medidas de curto prazo, carece de uma explicação muito rebuscada para se perceber como é que vai ajudar as empresas afetadas pela crise, no imediato.

Domingos Bragança remete, com frequência, para este documento, quando se fala da crise provocada pela covid-19. António Cunha afirma a superação da cise provocada pela pandemia, “bem como da crise económica subsequente, serão conseguidas no contexto de transformações tecnológicas e ambientais profundas, onde Guimarães quer ser proativa na construção do futuro coletivo”. A verdade é que o Plano de Ação traçado pelo ex-reitor da UMinho, apesar de superficial, parece mais voltado para aproveitar o tiro da “bazuca” para a transição tecnológica que em salvar empresas afetadas pela crise provocada pela pandemia.

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