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O tempo para vencer é agora mais difícil

Por José Araújo.

jose araujo

por José Araújo
Presidente da União de Freguesias de Abação e Gémeos

Nunca as palavras hoje e agora fizeram tanto sentido. Neste momento, quem de nós não gostaria ter super-poderes para adiantar o tempo? Passamos grande parte da vida a reclamar da rapidez com que o tempo passa, mas hoje creio que a maior parte de nós queria ter um botão mágico que nos transportasse para o futuro, para aquele dia em que as certezas e respostas que hoje não temos sejam uma realidade. Por outro lado, sabemos que o futuro próximo não será fácil, até quando queríamos adiar as nossas vidas? Ou seria melhor voltarmos ao passado e corrigirmos os erros para evitar este presente? A situação atual já é de bastante incerteza, não criemos mais dúvidas. O melhor é focar-nos no agora, polir as nossas virtudes e praticar os sentimentos de solidariedade e união que tanto nos caracterizam. Só assim conseguiremos minimizar os efeitos nefastos desta pandemia.

Sou, por natureza, uma pessoa otimista e acredito que vamos vencer da melhor forma esta guerra, já vencemos várias batalhas. Acredito que nós portugueses, e vimaranenses, em particular, vamos aproveitar este momento para criar oportunidades e sermos mais solidários. Cabe a cada um de nós cumprir com o seu dever. Eu vou tentar cumprir com o meu, enquanto cidadão e Presidente de Junta de Abação e Gémeos.

O Covid-19 “apanhou-nos” da pior forma possível. Em 2017, Abação e Gémeos voltou a escolher-me para Presidente e, como tal, sinto dever acrescido de fazer mais e melhor. A primeira vítima mortal de Guimarães foi uma pessoa da nossa freguesia. Esta situação obrigounos a agir de imediato, a fazer tudo o que estava ao nosso alcance para proteger a população e a apoiar a família da vítima naquilo que fosse necessário. Em colaboração com a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia prestou apoio na alimentação e apoio psicológico aos familiares. Passado o período de isolamento, a família sabe que pode continuar a contar connosco neste momento difícil. Aliás, toda a população da freguesia pode contar com o nosso apoio. O executivo calcula que esta situação trará consequências gravíssimas para as famílias e, por isso, estamos atentos e prontos a acudir aqueles que vão precisar da nossa ajuda, mesmo que isso implique repensar investimentos. Realço, aqui, a solidariedade de várias pessoas que já mostraram disponibilidade para ajudar famílias mais carenciadas ou de risco.

Em 1991 enquanto soldado paraquedista, fiz um juramento à Pátria. Hoje sou voluntário da família militar e poderei ser chamado a cumprir com aquilo que considero ser a minha obrigação: prestar apoio na unidade militar de Braga, caso venha a acolher doentes com COVID-19.

Como católico, estou a viver esta Quaresma de forma ainda mais séria. Acredito que é um momento, mesmo para os não crentes, de reflexão, penitência, oração e ajuda ao vizinho que sente solidão, à família com a mesa quase vazia, ao enfermo que anseia por uma palavra de esperança, ajuda ao outro que espera por nós. E tem sido bom perceber que a sociedade está disponível para dar esta ajuda.

Tenho consciência de que se podia fazer mais, mas também acredito que se cada um der um pouco de si fará toda a diferença. Vamos fazer História. Vamos fazer de tudo para que a História termine e ensine aos nossos filhos e netos a resiliência humana e que lhes transmita orgulho e esperança no futuro.

Que no final desta guerra “Covid 19” sejamos todos capazes de renascer mais fortes.

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