Oficiais de Justiça de Guimarães denunciam falta de condições de trabalho

Os oficiais de justiça do Tribunal de Guimarães voltaram a lançar o alerta para a degradação das condições de trabalho e a ausência de medidas concretas para resolver problemas que, segundo afirmam, se arrastam há vários anos.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Entre as queixas mais urgentes está a inexistência de ar condicionado funcional no Palácio da Justiça. A situação, afirmam, afeta não só o bem-estar dos trabalhadores, mas também a produtividade e o atendimento aos utentes. “Durante o verão, as temperaturas nas secretarias e nas salas de audiência atingem níveis muito elevados, e somos obrigados a manter as janelas fechadas para garantir a qualidade das gravações. Já pedimos aparelhos portáteis, mas apenas recebemos ventoinhas, o que não resolve o problema”, denuncia Nuno Azevedo.

Além disso, os oficiais de justiça apontam a falta de pessoal nas secretarias, a desvalorização da carreira e a ausência de avanços nas negociações com o Ministério da Justiça. “A carreira foi revista de forma mitigada e suspendemos greves na expectativa de uma solução. No entanto, não houve progresso significativo”, lamenta.

Outro motivo de insatisfação é a promessa, feita há mais de nove anos, de construção um novo Campus da Justiça em Guimarães. Enquanto isso, o Tribunal de Trabalho, refere, continua a apresentar barreiras arquitetónicas para os utilizadores e o edifício de Creixomil enfrenta alguns problemas de segurança, nomeadamente pela sua localização. Os trabalhadores contestam ainda o pagamento mensal de mais de 30 mil euros de renda por este último espaço, que consideram “exorbitante”.

Os problemas foram apresentados à comitiva da Coligação Juntos por Guimarães aquando da apresentação das listas para as eleições autárquicas de 12 de outubro, que contou com a presença de Ricardo Araújo, atualmente deputado à Assembleia da República, e Rui Armindo Freitas, secretário de Estado Adjunto e da Presidência, bem como de Ricardo Costa, candidato do PS à Câmara Municipal, e Pedro Roque, advogado e candidato do PS à Assembleia Municipal.

Sobre a recetividade às reivindicações, Mara Santos diz ter visto sinais positivos: “Foi-nos apresentado o projeto do novo campus de Justiça e percebemos a intenção de recuperar este edifício emblemático para a cidade, dotando-o das condições necessárias.”

A dirigente sublinha que o objetivo é melhorar não apenas as condições para os trabalhadores, mas também a qualidade do serviço prestado: “Não é possível garantir um funcionamento eficaz da Justiça sem condições adequadas. Esperamos que as necessidades apresentadas sejam atendidas com urgência.”

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