Por Eliseu Sampaio,
Diretor do grupo Mais GuimarãesGeneralizando, em Portugal, com especial incidência no norte do país, temos dois tipos de festas: As que vemos a população envolver-se e as que têm a população exclusivamente na posição de espectadores.

Na semana passada estive na Póvoa de Varzim, na altura em que decorriam as habituais festas de S. Pedro. Na noite de 28, véspera do feriado concelhio, e dia do santo, vi famílias juntarem-se, vizinhos confraternizarem, bairros apoiarem-se e, em celebração, a festa fez-se nas ruas e praças da Póvoa durante toda a noite. Literalmente, até de manhã. Em todas as casas, em todas as ruas, em todas as praças e em todos os bairros! Foi bonita a festa!

A alegria era contagiante, sentia-se na alma daquela gente, nos novos e velhos, e as cores que substituiam o cinzento da construção despertavam brilho nos olhos das crianças. A música, literalmente para todos os gostos, que saía pelas janelas e garagens, mas também das potentes aparelhagens que pousavam nos diferentes palcos da cidade, faziam os corpos mexerem-se. O povo saiu à rua, assou sardinhas e tirinhas em todo o lado e bebeu vinho pela garrafa. A cidade encheu-se também de visitantes e cumpriu-se a tradição.

Depois temos as outras, as festas que proliferam por muitas aldeias e cidades e em que se contratam artistas e se disponibiliza espaço para as pessoas assistirem. No final, e depois de uma breve passagem pelos carrosséis, as pessoas lá seguem para casa com um saco de farturas na mão. A festa depende do artista, e se o artista não for ao gosto da maioria, lá está o caldo entornado.

As experiências são absolutamente diferentes, acreditando eu que viver a primeira versão vence claramente a segunda. E mais, com o povo como principal agente das festas, e envolvido nelas, o sucesso é sempre garantido.