Oposição critica autarquia pela inexistência de condições para fixação empresarial no concelho

Bruno Fernandes considera que faltam condições de instalação favoráveis aos grandes projetos nacionais de internacionais.

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A fixação empresarial no concelho de Guimarães foi um dos temas em cima da mesa na reunião do executivo municipal da passada quinta-feira, 10 de março.

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Bruno Fernandes, vereador da Coligação Juntos por Guimarães, condenou a falta de “criação de condições para a fixação empresarial e captação de investimentos no concelho” nomeadamente a falta de condições “para acolher investimentos internacionais”, essenciais para o desenvolvimento económico.

“O município cometeu o erro de não acautelar em sede de PDM áreas de acolhimento empresarial capazes de permitir a instalação em Guimarães de empresas de média e grande dimensão”, começou por explicar o vereador, reiterando que “esta é uma crítica recorrente”.

O social democrata indagou sobre “o tempo perdido, o prejuízo causado ao município, as empresas que se deixaram de instalar em Guimarães e os empregos que deixaram de ser criados”, fruto daquilo que considera uma “irresponsabilidade” por parte do município.

O vereador refere que é necessária a “implementação de uma estratégia que vise não só apoiar as empresas existentes, como também a fixação de novas empresas, criando um ambiente fiscal e condições de instalação favoráveis aos grandes projetos nacionais de internacionais”.

Bruno Fernandes dá como exemplo o concelho de Santo Tirso, que “ao contrário de Braga e Famalicão, não tem empresas âncora, tais como a Bosh ou a Continental Mabor. Por outro lado, Santo Tirso construiu um parque industrial com todas as condições, numa parceria entre os privados e a Câmara Municipal, que permitiu a instalação de onze empresas, num investimento de 200 milhões de euros e criaram mais de 1900 postos de trabalho”.

Lembrando as parcerias entre o município e a Universidade do Minho, o vereador disse ainda considerar um paradoxo “o crescente investimento na produção de conhecimento e na transição desse conhecimento para as empresas, mas depois não há zonas de acolhimento desses profissionais nas empresas”.

Já Domingos Bragança lembrou que “Guimarães está entre os dez concelhos mais industriais e exportadores do país e está em quinto lugar na balança de mercadorias positiva” e reitera que “o território é muito atrativo até pelo robusto sistema científico ao seu redor, do qual fazem parte a Universidade do Minho, o IPCA, entre outras entidades”.

O presidente da Câmara Municipal de Guimarães refere que é necessário atuar em dois eixos de ação que passam por “dar a possibilidade de ampliação às indústrias já existentes e pela criação de novos parques industriais”.

Admitindo que os “parques industriais existentes estão completos”, o edil vimaranense refere que foi apresentada a “ampliação do parque industrial de Ponte, do Parque de Ciências e Tecnologias, do Parque Industrial de Selho S. Lourenço, com ligação ao Parque de S. Torcato”.

Para que isto aconteça, Domingos Bragança esclarece que “é necessária uma revisão do PDM”, que já está em curso, e no qual “serão definidas quais são as áreas industriais e as suas localizações”.

Está ainda a ser trabalhada a ligação entre o Parque de Ponte e o de Sande Vila Nova, bem como a ligação ao Parque de Ciência e Tecnologias.

Bruno Fernandes criticou ainda a falta de condições nos atuais parques, exemplificando que “o Parque Industrial de Ponte está lotado, o Parque de S. Torcato tem acessos precários, o Parque de Penselo não tem sequer saneamento e não estão as infraestruturas concluídas, e o tão prometido Parque do Sul, em Moreira de Cónegos, foi esclarecido que ainda estão a desenvolver estudos” não havendo, por isso, uma data prevista para a sua concretização.

Relativamente a este último, Domingos Bragança refere que se trata de uma “área de cerca de 200 hectares, prevista na revisão do PDM que está a ser feita”.

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