ORA VAMOS LÁ VER

Por Ana Amélia Guimarães.

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por ANA AMÉLIA GUIMARÃES
Professora

Lê-se na imprensa local que o Presidente da Junta de Caldelas quer ver a Praia Seca como a primeira praia fluvial do concelho de Guimarães. Ena! Luís Soares falava na cerimónia de inauguração da primeira fase do Parque de Lazer de Caldas das Taipas, realizada no domingo, 27 de outubro. O senhor Presidente da Junta manifestou então aí a ânsia de acrescentar valor ao projecto ambiental para concretizar, cito, o “sonho” de elevar “este espaço a primeira praia fluvial do concelho de Guimarães” classificada pela Agência Portuguesa do Ambiente. A ideia, como sabemos, já tem barbas, mas o seu anúncio é sempre positivo pois estabelece entre eleitos e eleitores um claro compromisso público.

Desde o século passado que, pelo menos o Vereador e a bancada da CDU na Assembleia Municipal, se pedia uma carta de praias fluviais do concelho que permitisse construir, de forma integrada e sustentável, uma rede de praias fluviais capaz de responder às necessidades dos munícipes e que, de igual modo, pudesse funcionar como alavanca de aperfeiçoamento ambiental das linhas hidrográficas.

O desejo de “ver a Praia Seca como a primeira praia fluvial do concelho de Guimarães” a concretizar-se será seguramente uma boa notícia, mas cujo aplauso a autarquia não merecerá, por andar em modo pianíssimo e ao sabor da circunstância. Esperemos não ser agora o caso e que a concretização da Praia Seca, como praia fluvial do concelho, seja menos esdrúxula de se realizar do que, por exemplo, o inenarrável desnivelamento de Silvares ou as obras daquilo que em tempos foi o singular Teatro Jordão.

Na mesma altura em que se anunciava a velha quimera da praia fluvial da Praia Seca, fazendo o anúncio prever que estaríamos a dar passos seguros no âmbito de uma política de gestão da água, digamos assim, somos surpreendidos (ou talvez não) com títulos como estes: “Rio Selho ficou branco com efluente das Águas do Norte”; “Rede de saneamento obsoleta dilui esforços para despoluir rio Ave e afluentes”; “Mau tempo provoca inundações em Longos”… Sabemos que a gestão dos recursos naturais não é uma tarefa fácil, mas é seguramente prioritária. E convém não esquecer que quem governa o concelho são os mesmos há mais de 500 anos. Seria bom que o empenho e dedicação que votaram, por exemplo, na destruição do antigo mercado ou na mutilação do jardim da Alameda também se verificasse naquilo que já deveria estar resolvido.

2. Há mais um prédio na cidade a crescer de forma incompreensível. Falo do prédio da Av D. João IV, cujas traseiras, contíguas à Fábrica da Ramada/Instituto do Design (R. da Ramada), ocupam todo o espaço possível de ser materialmente aproveitado. Quanto a passeios e circulação de peões não se prevê nada. Pergunta-se: como foi possível licenciar aquela superfície deixando uma zona nobre, considerada tampão e na qual tanto se investiu na sua requalificação, mais isolada e atrofiada? Vale tudo? Para que serve uma autarquia que tanto ruído faz de feitos e títulos mas é incapaz de acautelar o que mais importa no que diz respeito a um urbanismo de qualidade para quem circula, visita e aqui vive?

3. Aproveito este parágrafo final para felicitar a Associação Vimaranense para a Ecologia-Ave pela 7ª edição do festival Ecorâmicas sob o tema Rios. Esta edição teve uma brilhante selecção de filmes e interessantes debates e actividades que merecem uma maior atenção por parte de todos nós. Parabéns também à «jovem» banda de Pevidém que comemorou os seus 125 anos com entusiamo no presente e certeza no futuro.

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