ORDEM DOS ADVOGADOS E TÚNEL DO MARÃO

CARLOS VASCONCELOS Advogado

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por CARLOS VASCONCELOS
Advogado

  1. No dia da publicação da edição de que constará este artigo de opinião, o Dr. Guilherme Figueiredo apresentará, em Lisboa, no salão nobre da Ordem dos Advogados, a sua candidatura a Bastonário.

Poderá parecer estranho que dedique um artigo de opinião, num semanário, a este tema, ao das eleições numa ordem profissional. Todavia, ao contrário do que poderá parecer, tendo em conta o tipo de intervenção que tem sido feita pela actual Bastonária, a Ordem dos Advogados não é um sindicato, mas antes uma associação pública, uma pessoa colectiva de direito público e que exerce funções públicas. Daí que o que se passa na Ordem dos Advogados seja assunto de todos e não apenas dos advogados.

Começo por uma declaração de interesses. Sou o mandatário, em Guimarães, da candidatura do Dr. Guilherme Figueiredo e aceitei essa incumbência por considerar que o Dr. Guilherme Figueiredo reúne todas as condições objectivas e subjectivas para recolocar a Ordem dos Advogados no cumprimento das suas atribuições essenciais: entre outras, a defesa do Estado de Direito; a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, a colaboração na administração da justiça; a defesa da dignidade e prestígio da profissão; a participação na política legislativa.

A uma prática corporativa e a uma atitude reactiva em matéria de política legislativa e de intervenção pública importa suceder uma prática que comporte, de novo, a convocação do interesse público, bem como a capacidade para promover, por iniciativa própria, soluções legislativas colocadas ao serviço dos cidadãos.

 

  1. Como se sabe, nem sempre aqueles que concordam connosco são os mais leais. Por vezes, a melhor forma de lealdade é a expressão de discordâncias e a chamada de atenção para os erros.

Apoiei Pedro Passos Coelho nas eleições internas do PSD, em que ganhou a liderança. Fi-lo por considerar que era o candidato melhor colocado para ganhar as eleições a José Sócrates e que isso era imperioso para o país.

Independentemente de algumas das políticas concretas, apreciei muito o desempenho de Pedro Passos Coelho enquanto primeiro-ministro. Assumiu-se como um estadista, dignificou a função e o Estado e tem condições para voltar a ser primeiro-ministro.

Por tudo isso, é ainda mais incompreensível a sua ausência na inauguração do túnel do Marão, tanto mais que ela foi justificada com fundamento na realização de um evento partidário – importantíssimo, é certo, mas partidário.

Os transmontanos e o país mereciam outra atitude. Com a agravante de que a atitude é tomada pela força política mais votada nas últimas eleições legislativas e que, também por isso, não tem que se zangar com o país, mas antes concentrar-se em preparar-se para governar da melhor forma possível quando for de novo chamada a fazê-lo, o que pode acontecer mais cedo que tarde.

Mas essa preparação faz-se com os portugueses e não no exílio, pois, se a opção for esta última, a chamada à governação ocorrerá mais tarde que cedo.

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