“Os Gigantes da Montanha” promete ser “impactante” e criar olhares novos sobre o teatro

“As pessoas que venham preocupadas, porque será um risco virem até nós”, disse Francisco Teixeira. “Mas é um risco que vale a pena”, garantiu Moncho Rodriguez.

Gigantes da Montanha barra 2

A peça “Os Gigantes da Montanha” será apresentada na sede da ASMAV, situada na Rua Gil Vicente, nos dias 23, 24, 25 e 26 de novembro, pelas 21h00. A lotação estará limitada a 100 pessoas em cada uma das noites.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Decorreu na manhã desta sexta-feira, dia 11, a conferência de imprensa de apresentação da peça “Os Gigantes da Montanha” que tem texto de Luigi Pirandello, e a adaptação, dramaturgia e encenação de Moncho Rodríguez, com a produção da ASMAV – Associação de Socorros Mútuos Artística Vimaranense.

A apresentação desta peça em Guimarães surge na sequência da reencenação na cidade-berço, 28 anos depois e no mesmo local, da “Grande Serpente”, no passado mês de julho, momento que marcou o regresso a Guimarães, a convite da ASMAV, do reconhecido encenador galego.

Assim, nos “Os Gigantes da Montanha” participarão alguns dos atores que também estiveram na “A Grande Serpente”, e outros, que entretanto se juntaram, anunciou Moncho Rodriguez.

Para Francisco Teixeira, presidente da Direção da ASMAV, este espetáculo tem condições para ser “realmente impactante, para ser um espetáculo de afirmação deste espaço (sede da ASMAV) como especialmente qualificado para o teatro como produção artística e estética de primeira ordem, fora dos espaços institucionais e mais mainstream do concelho e do país”.

“O que aqui se faz é de enorme qualidade, suscetível de transformar a nossa relação com o mundo, e a nossa visão do mundo”.

Francisco Teixeira

O dirigente quer que as pessoas, “de Guimarães ou que venham até nós, saibam que há mais Guimarães para além das centralidades habituais”.

Guimarães tem, segundo Francisco Teixeira, “necessidade de mais diversidade artística, mais diversidade estética, mais diversidade cívica, que seja suscetível de pôr as pessoas a criar e a participar de modo mais diferenciado. Mais suscetível de mudar os olhares habituais, criando olhares novos”, disse o dirigente.

Ainda segundo o presidente da ASMAV, “os olhares institucionais são importantes, porque criam condições materiais, económicas, físicas, para que as coisas possam ocorrer. Mas tem, por vezes, mecanismos de cristalização que os espaços que não são simplesmente institucionais não têm”.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Moncho Rodriguez, o encenador, também presente na apresentação da peça “Os Gigantes da Montanha”, deixou criticas à forma como Guimarães construiu “equipamentos fantásticos” nas últimas décadas, mas não envolveu devidamente os criadores locais, os atores, as pessoas.

“Há uns trinta anos surgiram bons atores e bons artistas, que singraram. Caminharam e parece que se foram de Guimarães”, afirmou.

O encenador galego disse sentir ter regressado a Guimarães como “provocador” e, dessa forma, quer “contribuir para que a provocação possa mexer com as pessoas e para a renovação da sua relação com a arte, com a cidade, e a comunidade”.

Moncho diz ser “necessário agitarmos, mexer nesta calmaria para que possamos produzir futuro”.

© Direitos Reservados

Na peça, que será apresentada entre 23 e 26 de novembro, é prometida “cumplicidade” entre os atores e os espectadores. O encenador acrescenta que “neste universo em que vivemos, o espectador tem que deixar de ser tão passivo”.

Francisco Teixeira e Moncho Rodriguez esperam casa cheia nas quatro apresentações, até porque a lotação estará limitada a 100 lugares em cada noite.

“As pessoas que venham preocupadas, porque será um risco virem até nós”, disse Francisco Teixeira. “Mas é um risco que vale a pena”, garantiu Moncho Rodriguez.

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