Pai com letra grande
Aproxima-se o Dia do Pai, dedicado a todos aqueles que são muito mais do que progenitores. Porque não se trata de genética, mas sim de amor, cuidado, proteção e orientação. Diria, então, que se aproxima o Dia do “Pai com letra grande”.

Os tempos têm mudado muito e os pais de hoje – aqueles que se escrevem e sentem com “P” maiúsculo – são muito mais do que provedores e garantia do sustento dos seus filhos. São também os pais que acordam a meio da noite quando o bebé chora, que mudam as fraldas e dão o banho. Que levam à escola, brincam àquilo a que a criança gosta e ajudam nos trabalhos de casa.
Os pais (homens) reclamam hoje, e bem, uma participação cada vez mais ativa na vida das crianças, e há muito que deixaram de se contentar com um papel secundário, de figurantes. Os pais desejam ser atores principais, lado a lado com as mães. Falamos dos direitos dos pais e das mães mas, sobretudo, do direito das crianças a manterem uma relação de convívio e proximidade afetiva com ambos os pais.
No contexto dos processos de separação e divórcio, e a partir do momento em que ambos os pais se revelam competentes para o exercício da parentalidade (algo que não depende do género, mas sim de um conjunto de capacidades muito diversas), é cada vez mais consensual que o tempo que cada um passa com os filhos deve ser distribuído de uma forma o mais equitativa possível (e que não tem de ser, necessariamente, uma divisão 50-50). Claro que existem diversos fatores a ter em conta, como o local de residência dos pais, a sua profissão e também a idade das crianças, para nomear apenas alguns. De qualquer modo, o processo de tomada de decisão deve orientar-se por aquele que é, sobretudo, um direito das crianças, e não pelo facto de ser um pai ou uma mãe.
Gradualmente, assistimos a uma mudança de paradigma na forma como se equaciona o papel do pai na vida de uma criança. Ainda assim, continuamos a ouvir dizer, aqui e ali (por profissionais de várias áreas), que “não há nada como o amor de mãe”, “só a mãe é que sabe verdadeiramente cuidar do seu filho” e, ainda, que “a mãe é a figura primária de referência”.
Existem pais competentes e pais incompetentes para cuidar dos seus filhos. Tal como existem mães competentes e mães incompetentes. Não é uma questão de género.
Os pais de hoje são, na sua maioria, pais presentes e envolvidos, que desejam acompanhar de perto o crescimento dos seus filhos. Recusam limitar-se a desempenhar um papel de multibanco e a passar apenas meia dúzia de dias por mês com as crianças.
São pais com letra grande que devemos reconhecer e valorizar.
Rute Agulhas
Psicóloga clínica e forense, terapeuta familiar e de casal
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