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Para além de todos os cuidados, as grávidas devem “ter calma” durante a pandemia

Vanessa Silva, obstetra e ginecologista no HSOG, explica as medidas que o hospital vimaranense está a tomar para proteger as grávidas e os bebés em tempo de pandemia

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Vanessa Silva, obstetra e ginecologista no HSOG, explica as medidas que o hospital vimaranense está a tomar para proteger as grávidas e os bebés em tempo de pandemia. Gravidez não é sinónimo de maior risco de infeção, mas a médica aconselha a um reforço nos cuidados.

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São tempos de “constante reorganização” e de adaptação no Hospital da Senhora da Oliveira de Guimarães (HSOG) — e isso aplica-se, também, na Área da Mulher e da Criança da instituição, que agrega os serviços de Ginecologia e Obstetrícia e de Pediatria e Neonatologia. A pandemia preocupa, também, as grávidas, cujas preocupações se estendem aos seus bebés.

Para já, não há evidência científica que prove que “haja transmissão de uma mãe infetada para um bebé dentro do útero” — a chamada infeção vertical. Quem o diz é Vanessa Silva, ginecologista e obstreta no HSOG (na fotografia à direita). Há poucos casos no mundo e, em Portugal, até ao momento, nenhum recém-nascido filho de uma mulher infetada testou positivo para a Covid-19.

Vanessa Silva, obstetra e ginecologista no HSOG.

E o que se sabe, também, é que as grávidas estão numa posição “mais vulnerável”, mas não integram um grupo de risco: “O que nós sabemos até à data, e apesar de os dados serem escassos, é que o curso de infeção numa mulher não-grávida é igual ao de uma mulher grávida com a mesma idade e com os mesmos problemas de saúde. Consideramos as grávidas um grupo mais vulnerável por cautela.” E isto porque “as alterações fisiológicas [numa grávida] condicionam um pouco a função pulmonar e as funções de defesa e torna-a mais suscetível a infeções pulmonares, não especificamente por Covid-19, mas no geral”, explica Vanessa Silva.

A obstetra e ginecologista frisa que os casos mais graves de infeção acontecem numa percentagem “bastante pequena” da população; logo, no caso das grávidas, essa percentagem também será reduzida. Contudo, a médica ressalva que os cuidados, ao longo da gravidez, devem ser mantidos e reforçados: “Ingerir bastantes líquidos, ter uma alimentação variada e fazer algum exercício físico em casa”, elenca.

No HSOG, a aposta recai sobre as teleconsultas. “Temos uma linha aberta de apoio à grávida, através de telefone e e-mail. Para esclarecer dúvidas que ocorram e orientar as situações que devem ser avaliadas nas urgências e aquelas que podem, entre aspas, esperar ou serem geridas nos cuidados de saúde primários ou em casa”, conta. Assim, reduzem-se as idas ao hospital e, claro, o risco de contágio.

Ainda não se registou nenhum caso de uma grávida infetada em Guimarães, mas o HSOG está preparado para essa eventualidade: “Estão desenhadas estratégias para promover o bem-estar materno e fetal de uma mãe infetada”, garante. E há “circuitos estabelecidos para minimizar ao máximo a possibilidade de contágio”, mesmo que a redução a 100% seja impossível. Esses circuitos estão instalados em várias partes do hospital e servem toda a população. No geral, Vanessa Silva diz que o que se tem visto no hospital é que “a população acaba por recorrer ao Serviço de Urgências em último recurso”. “Quando vêm às urgências, já é em situações limite. O que é mais aconselhado é a população procurar ajuda através das linhas de apoio e dos centros de saúde. Para criar um balanço entre as idas necessárias e as desnecessárias”, completa.

Para as grávidas, a ginecologista e obstetra deixa uma mensagem de “calma”. “Tudo está a ser feito para prestar os melhores cuidados de saúde à grávida e ao recém-nascido.” E reforça que é necessário e prioritário utilizar as linhas disponíveis para que todas as dúvidas sejam esclarecidas e, assim, se evitem deslocações desnecessárias ao hospital.

Com Nuno Rafael Gomes

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