A questão que se coloca agora é se continuará no executivo municipal ou se passará a dedicar-se em exclusivo ao novo cargo em Lisboa. A decisão, segundo o próprio, será tomada até ao final da semana, em articulação com o presidente da Câmara, Domingos Bragança. “É uma decisão que conto tomar até ao final da semana, em conjunto com o senhor presidente da Câmara, porque, naturalmente, os mandatos são individuais, mas as atribuições de competências são da responsabilidade do presidente”, declarou Paulo Lopes Silva, após a última reunião de Câmara.

Domingos Bragança confirmou que o assunto está a ser tratado com ponderação e que será resolvido em breve. “Estamos a ver a melhor solução e, durante a semana, esse assunto ficará resolvido. Tudo dependerá dos próximos dias, quer das análises municipais, quer ao nível da Assembleia da República, quer com as estruturas nacionais do PS”, afirmou o autarca, reforçando a expectativa de que “a nova legislatura decorra com estabilidade e normalidade”.

“Estamos na reta final do mandato autárquico e seria natural que houvesse já mudanças na governação”, Paulo Lopes Silva

Natural de Guimarães, Paulo Lopes Silva é mestre em Engenharia de Sistemas e licenciado em Engenharia Informática pela Universidade do Minho. A sua experiência autárquica, aliada ao conhecimento aprofundado do concelho, será agora posta ao serviço do Parlamento. O vereador traça três grandes linhas de orientação para o seu novo mandato.

“Há uma primeira dimensão, enquanto Deputado da Nação, para contribuir para a construção de um país alinhado com os valores em que acreditamos. Uma segunda, ligada à defesa dos interesses da região, do distrito e de Guimarães, concelho que conheço profundamente. E uma terceira dimensão interna ao partido, numa altura em que os resultados eleitorais nos obrigam a refletir sobre o que não correu bem e a reconstruir a alternativa democrática que o PS sempre representou”, afirmou.

Sobre os resultados no círculo de Braga, Paulo Lopes Silva considera que refletem a tendência nacional: “É muito difícil tirar ilações locais de uma eleição que é, na prática, conduzida com foco nos candidatos a Primeiro-Ministro e nos programas de governo. O resultado corresponde à vontade dos portugueses para cada região, mas é determinado por dinâmicas nacionais”.

Questionado sobre o impacto da mudança na sua vida pessoal e na estrutura municipal, o agora deputado revelou que tem vindo a preparar esta transição: “Desde que o partido me lançou este desafio que me fui preparando. Estando num lugar elegível, preocupei-me em garantir uma transição tranquila. Estamos na reta final do mandato autárquico e seria natural que houvesse já mudanças na governação”.

Apesar da indefinição, Paulo Lopes Silva garante que a Câmara está pronta para qualquer cenário: “O trabalho está organizado e sistematizado até ao final do ano. Existe um planeamento com antecipação que permite uma transição sem sobressaltos, caso se venha a concretizar”. Nos próximos dias, será então tomada a decisão definitiva quanto à permanência ou não de Paulo Lopes Silva no Executivo municipal, à medida que se define a forma como conciliará o novo papel de deputado com o percurso autárquico que o trouxe até aqui.