PEDRO CONDE

Por Nuno Rafael Gomes.

pedro conde

Nome completo
Pedro Miguel Silva Ribeiro

Nascimento
13/12/1981
Guimarães

Profissão
Diretor de Produção

Taipas, Barco e São Martinho. Três freguesias, três histórias diferentes, mas unidas pelo desenrolar do novelo dos dias que, no cruzamento de outros fios, dá origem a nós que se marcam no tempo. No caso de Pedro Ribeiro, também conhecido como Conde, esse tecido é musicado. Pedro era a cara do bar N101, em São Martinho, e fez parte da organização do Barco Rock Fest, na freguesia que deu o nome ao festival. O N101 fechou, o Barco “está suspenso”. Já lá vamos — como uma coisa leva à outra, façamos a primeira paragem na vila de Caldas das Taipas, que nos guiará, mais tarde, para as outras duas freguesias do concelho. Era 1997, a internet ainda não se tinha democratizado (e ainda demoraria até atingir esse ponto), e o Blitz, ainda como jornal, “era a janela para o mundo”. Pedro ligou-se à música em 1997: começou a tocar e forma a primeira banda “com pessoal das Taipas”. “Logo a seguir, surge o Rock in Taipas, e também surgiram muitas bandas por aqui”, explica. O Rock in Taipas, “num formato de concurso de bandas”, dá força à música que por aquela vila se fazia. “Na altura, tinha os meus 16 anos. Foi o despertar completo para a música e, especialmente, para o rock. Nunca mais parou”, relembra. Depois, chegou à organização do concurso. Aí, surge “o projeto mais sério” da vida do hoje diretor de produção de uma empresa: os Mantra, a banda que chegou a editar dois discos e que o levou a tocar “em palcos maiores”. “Nessa altura estava a estudar Direito”, diz. Só que, na altura, todos os membros queriam que aquilo fosse algo “mais profissional”. O curso ficou em pausa e Pedro não diz que, “um dia”, não virá a terminá-lo; para já, ainda não sentiu “essa necessidade”. Já que falamos em estudos — para além de música —, no currículo académico do taipense escrevem-se ainda as escolas de jazz do Porto e de Braga. Surge, dessa vontade de mostrar ao mundo o que estava a acontecer por ali, o Movimento Artístico das Taipas (MAT). Com ele, surge o Barco Rock Fest, cuja última edição aconteceu em 2016. Uma semana depois, iniciou os tratamentos a um linfoma que lhe havia sido diagnosticado. “Terminei os tratamentos no mesmo ano e está tudo resolvido”, conta. O festival, “no meio do nada”, na freguesia de Barco, habita na memória dos muitos que, uma vez por ano, faziam daquele espaço seu. Era a ilha, o rio, a música, o primeiro festival de muitos. Pedro recorda o concerto dos ZEN: “Bateu-me a sério!” Relembra ainda a edição em que os Katatonia, “a primeira banda internacional daquela dimensão” chegaram a Barco. Ou quando os Linda Martini e os PAUS fizeram um concerto “a meias”. A “logística pesadíssima” e o facto de os membros da organização já não serem “miúdos” levou à suspensão do festival. Pedro frisa: “O Barco poderá voltar a qualquer momento. Desde que exista vontade.” A meio do percurso, um bar plantado na N101, em São Martinho, aparece como alternativa cultural. “Ao início foi complicado, mas as coisas foram acontecendo. Tivemos cinco ou seis anos de fins de semana seguidos com concertos. A casa era rústica, as pessoas gostavam disso”, diz. Os PAUS deram o primeiro concerto ao vivo naquela casa. Os Dead Combo utilizaram “o piano velho” do N101 no seu concerto, ainda que “desafinado”. Ou os Last Internationale fizeram a sua estreia em Portugal naquele bar. Por que acabar com isso? “A geração do rock esmoreceu”, responde. E a localização também ditou o seu fim: “Se estivéssemos no Porto ou em Braga, até em Guimarães, talvez conseguisse [manter a casa aberta]”. A coisa “desvirtuou-se” e Pedro decidiu terminar o projeto. Fica, pelo menos, um legado: “Penso que as gerações mais novas ganharam o bichinho de tocar e de criar bandas ou, pelo menos, de fazer eventos.” Talvez ainda vejamos o regresso do N101 e do Barco. “Mas há projetos” que podem revitalizar algo. Por agora, Pedro tem uma nova banda, os Fuzo, que está a preparar o lançamento de um disco. Organiza dois eventos fora do espetro do rock, mas continua ligado ao género musical. É provável (ou certo) que sempre esteja.

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