Pedro Emanuel Pereira apresenta “Aonde a Terra Acaba” no Concerto de Ano Novo no Porto
O emblemático Salão Árabe do Palácio da Bolsa, no Porto, foi na noite deste domingo, 28 de dezembro, o cenário do concerto “Aonde a Terra Acaba”, inserido no Festival Cidnay Vale do Ave e integrado nas celebrações do Ano Novo. O recital foi interpretado pelo pianista e compositor vimaranense Pedro Emanuel Pereira.

© Pedro Emanuel Pereira
O concerto, organizado em parceria com a Cooperativa do Povo Portuense – 125 anos, que coincide com o encerramento do Ano Internacional das Cooperativas, destacou-se como um diálogo entre tradição e modernidade musical, explorou as relações sonoras entre diferentes épocas e estéticas, revelando a riqueza da polifonia e influências culturais cruzadas.
O repertório iniciou com a interpretação da Partita n.º 6, de Johann Sebastian Bach, seguindo-se a obra “Canções e Fugas”, de Mário Laginha, onde o compositor vimaranense trouxe à exploração as possibilidades de junção no mesmo espaço de dois géneros manifestamente diferentes.
Após o intervalo, o público assistiu à “Barcarola”, do compositor português Eurico Thomaz de Lima, numa versão para piano transformada pelo próprio intérprete, antes de se ouvir os “Dois Prelúdios e Fugas, op. 25”, de António Victorino d’Almeida.

© Pedro Emanuel Pereira
Momento alto da noite foi a estreia da “Suíte Aonde a Terra Acaba, op. 11”, composição do próprio Pedro Emanuel Pereira. A suíte, dividida em quatro movimentos, Praeludium, Interludium, “Anjo de Luto”, Cantionis, “Indo Eu” e Postludium, “Malhão”, funde referências da música erudita com elementos da tradição popular portuguesa, revelando uma escrita pessoal, profundamente enraizada na memória coletiva, mas aberta à contemporaneidade.
Pedro Emanuel Pereira, já reconhecido internacionalmente, reforça o seu estatuto de um dos pianistas e compositores portugueses mais notáveis da sua geração. Formado nos Conservatórios de Moscovo e Amesterdão e laureado em mais de duas dezenas de concursos internacionais de piano e composição, o músico tem surgido em palcos como Barcelona, Nova Iorque e Amesterdão, e colaborado com orquestras de referência, incluindo a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música e a Filarmónica de Moscovo. Em 2026, será compositor residente no Cabrillo Festival (EUA).





