Pedro Emanuel Pereira sobe esta sexta-feira ao palco maior da Casa da Música

Esta sexta-feira, 12 de janeiro, a partir das 21h00, o pianista vimaranense inaugura a Integral de Concertos para piano de Prokofiev, num concerto com a Orquestra Sinfónica da Casa da Música, na sala Suggia da Casa da Música do Porto. Com a direção do maestro Stefan Blunier, Pedro Emanuel Pereira interpretará o concerto n.º 5 do compositor russo.

© Pedro Emanuel Pereira

Os cinco concertos para piano de Sergei Prokofiev, que a Casa da Música apresenta, surgem como “testemunhos de diferentes períodos da vida e obra deste grande compositor russo, traduzindo os momentos em que mais se aproximou de um papel de compositor-pianista, uma tradição que atraiu muitos dos seus pares em várias épocas, mas à qual o próprio não se quis prender”, pode ler-se no programa.

Para os interpretar, a sala portuense convidou alguns dos mais proeminentes pianistas portugueses: Raúl da Costa (Concerto n.º 1), Artur Pizarro (Concerto n.º 2), Rafael Kyrychenko (Concerto n.º 3), João Xavier (Concerto n.º 4) e Pedro Emanuel Pereira (Concerto n.º 5).

O Primeiro Concerto de Prokofiev foi escrito enquanto aluno finalista do Conservatório de São Petersburgo, em 1911-12. Já o Segundo, de 1913, atraiu muitos dos ouvintes e repeliu outros, os menos abertos à sua sonoridade “futurista”, numa época de certa incompreensão pelas profundas mudanças pelas quais passava a estética musical.

Foi já nos anos 20 que Prokofiev regressou seriamente a este género, com um Terceiro Concerto que juntava ideias esboçadas ao longo de quase uma década. A sua orquestração arrebatadora é um dos motivos para o tornar um dos favoritos nas salas de concerto.

O Quarto Concerto (1931) tem a particularidade de ter sido escrito para a mão esquerda, e terá dado ânimo ao compositor para criar um Quinto Concerto, logo depois.

A estrutura pouco ortodoxa deste último e a profusão de ideias temáticas levou Prokofiev a considerar a hipótese de o intitular apenas “música para piano e orquestra”. Ficou, contudo, como o quinto de um fabuloso conjunto de concertos para piano que marcaram a primeira metade do século XX.

© Pedro Emanuel Pereira

Cabe a Pedro Emanuel Pereira, vencedor do Concurso Internacional Santa Cecília, subir ao palco da Sala Suggia para interpretar este Quinto Concerto de Prokofiev, com a Orquestra Sinfónica da Casa da Música.

O programa desta sexta-feira inclui também uma “grande celebração da música portuguesa e dos seus intérpretes”.

O maestro titular da Orquestra Sinfónica dá início ao Ano de Portugal assinalando o centenário do nascimento de Joly Braga Santos. Apresenta “Paraísos Artificiais”, a obra-prima que introduziu o Modernismo em Portugal e deu o reconhecimento internacional a Luís de Freitas Branco, e recorda ainda o compositor Franz Schreker, que abandonou a Alemanha em 1931 para escapar ao antissemitismo nazi. Veio para o nosso país e por cá ficou até 1933, no Estoril, onde escreveu a abertura para uma grande ópera, Memnon.

© Pedro Emanuel Pereira

Pedro Emanuel Pereira, um dos mais proeminentes pianistas e compositores portugueses da sua geração.

Na sua discografia, o pianista vimaranense conta com três álbuns editados. “Russian Journey” – com obras para piano solo de Prokofiev e Rachmaninov; “Sons da Minha Terra” – dedicado em exclusivo a obras originais da sua autoria para piano solo; e “XX-XXI”, gravado em conjunto com o clarinetista Carlos Ferreira.

Em 2024, o artista lançará o seu próximo álbum discográfico para piano solo, que contará com música de Bach, Hindemith, Almeida, e obras da sua autoria.

Na composição, destacam-se a encomenda de um concerto para clarinete e orquestra que será estreado no Cabrillo Festival of Contemporary Music, nos E.U.A., com direção de Cristian Maçelaru e Carlos Ferreira no clarinete; a escrita de um Requiem em memória de Francisco Sá Carneiro; e a estreia da obra “Passarola”, para piano, eletrónica e geometria sagrada, que contou com a presença do Rei de Espanha, o Presidente da República Portuguesa e o Presidente da República Italiana.

Como solista, destacam-se os seus recitais em Barcelona, Nova York e Amesterdão, e os concertos com a Orquestra da Ópera de Erevan, a Orquestra da Casa da Música do Porto, e a Orquestra Filarmónica de Moscovo.

Em conjunto com o clarinetista Carlos Ferreira, artista Rising Star de 2024, Pedro Emanuel Pereira fará uma tournée pelas principais salas europeias, nomeadamente no Barbican Centre, em Londres; Philharmonie de Paris; Elbphilharmonie e Laiszhalle, em Hamburgo; Palau de la Música Catalana, em Barcelona; Het Concertgebouw, em Amsterdão; Musikverein, em Viena; entre outros.

© Pedro Emanuel Pereira

No âmbito das comemorações dos 50 anos da revolução portuguesa de 25 de abril de 1974, Pedro Emanuel Pereira criou um projeto que será levado a dez estabelecimentos prisionais de Portugal. O projeto 50’25 – Pelas Prisões de Portugal consistirá na criação e performance de 10 obras originais, inspiradas em textos poéticos que serão escritos pelos reclusos de cada estabelecimento prisional.

Do seu percurso académico, realce para a sua graduação pelo Conservatório de Moscovo P.I. Tchaikovsky, na classe da pianista Vera Gornostaeva, e para a pós-graduação no Conservatório de Amesterdão na classe do pianista Naum Grubert, onde terminou com nota máxima e distinção Cum Laude. Em Portugal, terminou os estudos na classe do pianista Marian Pivka, no Conservatório de Guimarães.

Estudou orquestração e instrumentação com Mikhail Bogdanov e Artun Hoinic, tendo sido bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Jacques Vonk durante os seus estudos.

Pedro Emanuel Pereira participou em vários concursos internacionais de piano e composição.
Laureado em mais de 20 competições internacionais, obteve o primeiro prémio no Concurso Internacional Santa Cecília no Porto, no Concurso Internacional Richard Vines em Lleida, no Concurso Internacional de San Sebastian, entre outros.

Para além da sua atividade de pianista concertista e compositor, Pedro Emanuel Pereira desenvolve um trabalho de pesquisa académica na Universidade de Aveiro, no programa doutoral em Criação Artística, dedicando-se também à produção musical, sendo um dos membros fundadores da produtora Percos Music.

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