CarClasse
CarClasse
Pedro Ferreira: “Penso que 2023 será o ano do Clube Desportivo de Ponte”

Coletividade celebrou 66 anos no passado dia 02 de fevereiro.

Pedro-ferreira-10-anos

O Clube Desportivo de Ponte celebrou, no passado dia 2 de fevereiro, o seu 66.º aniversário. Numa viagem ao passado, mas sem esquecer o presente, a direção e a massa adepta perspetivam um futuro risonho para a coletividade. A vontade de continuar a crescer é unânime e a comunhão entre o clube e a vila tem permitido esse crescimento.

© Cláudia Crespo/Mais Guimarães

“Penso que 2023 será o ano do Clube Desportivo de Ponte”, começou por dizer o presidente Pedro Ferreira, na liderança do clube desde junho de 2022. “Somos um clube grande, porque somos um clube cumpridor. Somos um clube de gente que gosta de cá estar. Não sou de Ponte, não nasci em Ponte, mas considero-me um pontense. Sinto isto como poucos. Tem sido gratificante”, acrescentou.

Com a sua chegada ao clube, surgiu a criação do futebol feminino. Um projeto com pernas para andar, mas que precisará de apoios. “É um projeto arrojado, mas é um projeto ganho. Porém, é um projeto que precisa de ajuda para outros patamares. Dotamos o clube com recursos humanos, mas precisamos de infraestruturas que acompanhem o crescimento do clube. Precisamos renovar os balneários antigos. São fundamentais para dar outras condições ao futebol feminino, já com duas dezenas de meninas felizes”, lembrou.

Brevemente, o parque de jogos Dr. João Afonso de Almeida, segundo adiantou Pedro Ferreira, terá um novo brilho. “Este ano dou como garantido, e espero que assim seja, a colocação de iluminação LED. São fundamentais para o nosso dia a dia e para o desenvolvimento da nossa formação”.

© Cláudia Crespo/Mais Guimarães

A coletividade, que começou com a denominação de Grupo Desportivo Sanjoanense, apenas mudou de nome na década de 80. Joaquim Fernandes, portador do cartão de associado com o número 8, explicou ao Mais Guimarães a mudança.

“Quando o clube tentou filiar-se como Grupo Desportivo de Sanjoanense, a Federação não autorizou, porque já existia a Sanjoanense, de São João da Madeira. Por isso, avançou-se com o nome Clube Desportivo de Ponte”, recordou Joaquim Fernandes, enaltecendo o papel de João Afonso de Almeida no crescimento do clube.

“A construção do campo avançou com a ajuda de alguns empresários e com a generosidade do Dr. João Afonso de Almeida, proprietário do terreno. Fizemos um acordo com ele para o pagamento em prestações, mas na última prestação ele cedeu ao nosso pedido. Em contrapartida, o campo passou a chamar-se parque de jogos Dr. João Afonso de Almeida”, explicou.

© Cláudia Crespo/Mais Guimarães

Na década de 90, surge o primeiro grande título para o clube, com a conquista da Taça da Associação de Futebol de Braga. Filipe Oliveira, atual presidente da Mesa da Assembleia Geral e antigo presidente da direção, recorda com nostalgia o momento.

“É a minha grande memória e de toda a gente de Ponte. A população de Ponte foi toda ao jogo e tínhamos mais de três mil pessoas no apoio. É algo que nunca me vai sair da cabeça”, afirmou Filipe Oliveira, possuidor da bola da final, do bilhete de jogo e da medalha. “Festejei a taça ainda como adepto. Na altura fui convidado para fazer parte da direção, mas não aceitei. Contudo, trabalhei todo o ano como se fosse diretor”, acrescentou.

Dos tempos de diretor, há outra memória que perdura na mente de Filipe Oliveira. “Antigamente os campos eram pelados e eu era um dos diretores encarregue da marcação do campo. Lembro-me, como se fosse hoje, de uma situação engraçada. Fomos cantar os reis, mas acabamos a última casa às quatro e meia da manhã, numa noite muita chuvosa. Contudo, em vez de irmos para a cama às quatro e meia, em vez de acordarmos cedo, decidimos fazer a marcação do campo a essa hora, apesar da forte chuva que se fazia sentir”.

Recordado o passado, Filipe Oliveira perspetiva um futuro risonho para a coletividade. “O Ponte ainda tem muito para crescer. E, se quiser crescer desportivamente, tem de pensar seriamente em criar outras condições. Neste recinto não podemos disputar o Campeonato de Portugal, pois não temos espaço para esse alargamento, mas há uma solução que me parece viável, que é a Vila Desportiva. Tenho mantido conversas com o presidente da junta para isso. Era importante, no futuro, o Ponte poder pensar em subir de divisão e poder disputar os jogos na vila de Ponte e não noutras freguesias”.

© Cláudia Crespo/Mais Guimarães

Dono e senhor da lavandaria, Manuel Pereira é um dos colaboradores mais antigos do clube. “Sou o único que tenho dois títulos no Ponte. Fomos campeões da primeira divisão e conquistamos a Taça da A.F. Braga”, adiantou, com orgulho.

“Nunca fui diretor do Ponte e nem quero. A minha vida é difícil, mas a vida deles também é ingrata. O Filipe Oliveira é que não me larga. Nem que eu vá para a cova, ele não me larga. E isso deve ter um grande significado. Mas também faço por isso. Embora toda a gente precise de dinheiro, não é por dinheiro que estou cá. É amor ao clube. Gosto disto, gosto deste símbolo e o tempo que passo aqui também me faz bem. Se estivesse em casa, era capaz de já estar todo empenado. Não me dou parado”, revela.

“O que mais me custa é não jantar com a minha mulher, mas tudo vale o sacrifício. Todos me respeitam, embora os jogadores sejam muito desorganizados. Fica tudo para o velho. Mas já tive plantéis muito piores”, sorri. “Não há puxões de orelhas, mas de vez em quando aponto multas. Mas são poucas as vezes, porque gosto muito deles. Não sou polícia para passar multas”.

© Cláudia Crespo/Mais Guimarães

Indo ao encontro do balneário, o capitão Martins assume o controle e, ao desafio do Mais Guimarães, confidenciou alguns segredos.

“Somos todos alegres, mas o Rafa Lopes é quem anima. O mais calado é o Abreu. Até ao dia de hoje, ainda não ouvi a voz dele. O mais chato? Isso não há dúvidas. É o Costinha. É dos primeiros a chegar e não se cala. E, se fizer um jogo mais ou menos, então ninguém o cala”, revelou Martins, recolhendo gargalhadas dos companheiros.

E o mister José Faria? Apesar da proximidade do treinador, que acompanha atentamente a conversa, o capitão é firme. “É um amigo e percebe muito de futebol”.

Conhecedor da realidade do clube e imbuído num projeto de crescimento, o responsável técnico não foge às responsabilidades. “O Clube Desportivo de Ponte conseguiu implementar e realizar todos os projetos de crescimento e, dentro das suas possibilidades, procurar dar sempre um passo em frente. Estamos convictos que, todos juntos, podemos levar o Ponte ao sonho desejado”, disse.

“A melhor prenda de aniversário será sempre ocupar mais espaço na vitrine. É para isso que estamos cá. Os bons trabalhos, normalmente, só são carimbados com títulos. Nós, dentro da nossa humildade, vamos tentar deixar o nosso marco na história deste clube”, revelou.

© Cláudia Crespo/Mais Guimarães

Nas bancadas, o apoio não tem faltado à equipa para a concretização dos seus objetivos. E, neste capítulo, a Juve Ponte tem sido um parceiro importante na conquista dos melhores resultados. O jovem Hugo Silva, um dos fundadores do grupo de apoio, explicou como surgiu o projeto e deixou um repto aos mais novos.

“Nasceu através de um grupo de amigos e numa garagem. Como vínhamos ver os jogos do Ponte, começamos a trazer umas tarjas, feitas com lençóis e tintas. A Juve Ponte tem morrido um pouco, mas estamos a ajudar a reerguer. É um orgulho enorme pertencer a este grupo de jogos e convido os jovens a aparecerem. Temos de voltar a trazer a raça do Ponte para as bancadas”, apelou.


© Cláudia Crespo/Mais Guimarães

Voltando ao futebol feminino, Íris, Matilde e Crespo são o testemunho da felicidade que se vive no seio da equipa feminina. “Está a ser uma experiência incrível. Somos um grupo muito unido e conseguimos criar amizades. E o apoio dos pais tem sido fantástico”, afirmou a jovem Crespo, de 16 anos, não deixando de lamentar o facto de ainda existirem “preconceitos” no que diz respeito ao futebol feminino.

Com batalhas ainda para conquistar dentro e fora de campo, as jovens Íris e Matilde, de 13 e 12 anos, respetivamente, não escondem o agrado com o nascimento do projeto.

“Não sabia como começar, e agora sei que não quero desistir. Criei laços e somos uma família. A massa adepta tem apoiado e isso é fantástico”, descreveu Íris. “Vamos seguir juntas nisto e não nos vamos esquecer umas das outras. No ano passado jogava com os meninos, mas esta oportunidade de jogar só com meninas permitiu-me evoluir muito”, revelou Matilde.

Uma evolução que se estende à formação masculina. A garantia é dada por Leandro, de 12 anos, jogador dos infantis. “Quando entrei no Ponte, o rigor não era o mesmo de hoje. Treino melhor e quero ajudar a equipa sermos campeões uma segunda vez”.

© Cláudia Crespo/Mais Guimarães

Rui Tatá foi a escolha dos responsáveis para o cargo de Diretor Técnico do futebol de formação do clube. Antigo profissional de futebol e antigo aluno de Carlos Queirós, Rui Tatá dá conta do trabalho que tem sido feito.

“Tem sido um ano e meio de muito trabalho, porque implementamos um processo de formação de futebol. Além de darmos formação às equipas técnicas, temos também de nos socorrer de outras áreas, nomeadamente da nutrição, fisiologia do esforço e psicologia. Temos crescido e as pessoas reconhecem que a nossa formação já tem uma qualidade muito superior”, explicou.

“Assim que tivermos os escalões necessários, vamos concorrer à certificação de três estrelas da Federação Portuguesa de Futebol. Aumentamos de 80 para 115 atletas e esperamos crescer brevemente. Creio que poderemos chegar aos 170 atletas nos próximos tempos”, perspetivou.

PUBLICIDADE

Arcol

Partilhar

PUBLICIDADE

Ribeiro & Ribeiro
Instagram

JORNAL

Tem alguma ideia ou projeto?

Websites - Lojas Online - Marketing Digital - Gestão de Redes Sociais

MAIS EM GUIMARÃES