Pedro Pinto: “Linhas vermelhas e cercos sanitários não fazem parte dos desígnios de Abril”

Na sessão solene da Assembleia Municipal de Guimarães, comemorativa dos 50 anos do 25 de abril de 1974, coube a Pedro Pinto, vice-presidente da concelhia do Chega de Guimarães, usar da palavra.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Leia a intervenção na íntegra:

Com intenções nobres e ambição bem medida, os Capitães de Abril avançavam, faz hoje meio século, para um dos dias mais longos da História contemporânea de Portugal, a revolução dos cravos.

Nesse dia, os militares lideraram um golpe pacífico que derrubou o regime que vigorava até então, o estado novo, regime que prevaleceu por 41 anos. Esse regime controlava a liberdade de expressão, no entanto, 50 anos depois, continuamos iguais ou priores, já para não falar no controlo da imprensa, que prevalece nos tempos atuais (e temos exemplos demonstrativos desta realidade também em Guimarães).

Sabemos que os desafios e dificuldades económicas daquela época estenderam-se a todo o país, sendo que essas dificuldades geraram-se trazidas de uma concentração desmedida de meios e investimento na guerra colonial, empurrando o país a passos largos para uma crise profunda. Hoje não estamos em guerra, mas olho para o meu país e vejo portugueses trabalhadores sem um teto, pois o dito salário mínimo não chega sequer para pagar o aluguer de uma casa, devido à constante inflação das rendas, que aumentam a cada dia, dado que a imigração de portas abertas permite que imigrantes cheguem a ser mais de duas dezenas numa só habitação alguns deles com a subsídios maiores que muitas reformas.

Soube-se por estes dias que o Presidente da Republica quer pagar indemnizações ás ex-colónias, lembrou-se agora que é filho de um ex-governador de Moçambique nos
tempos do estado novo?

Esta revolução não só trouxe mudanças políticas, sociais e económicas, como abriu caminho a eleições livres e ao pluralismo político.

© Eliseu Sampaio / Mais Guimarães

Passados cinquenta anos, temos uma democracia consolidada, com instituições sólidas e o respeito pelos direitos humanos. Este é o dia de homenagear aqueles que lutaram pela Liberdade, incutindo espírito democrático, de sacrifício e solidariedade nas gerações mais novas. Lembrando-nos sempre que a liberdade é tão ou mais frágil que os cravos carregados pelos soldados naquele dia de Abril.
Apesar do 25 de Abril abrir portas à pluralidade, hoje, ser de direita, defender a família, a vida, a pátria, os símbolos nacionais, a cultura e os costumes, ofende os que se dizem politicamente correctos, tentando, de alguma forma, censurar os que pensam diferente.

E o desfecho desta que devia ser a revolução da Liberdade, não termina como esperado, levando Portugal pelo caminho das disputas de poder e tensão política, agitando as forças políticas e militares, que competiam entre si pela direcção de Portugal.

De um lado estava a esquerda, com o movimento das forças armadas, que promoveu reformas sociais, políticas e progressistas, do outro a direita, em que estavam as esferas mais conservadoras das forças armadas e da sociedade civil, preocupada com esta radicalização política e social do país.

Esta tensão político-social findou a 25 de Novembro de 1975, quando as forças moderadas marcaram, com sangue, suor e lágrimas, o fim da tentativa de radicalização de Portugal, desbravando o caminho para uma democracia que garante os direitos individuais e liberdades civis. Foi esta liberdade que permitiu ao Chega acabar com o bipartidarismo em Portugal, garantindo 50 deputados no parlamento, no ano em que se celebra 50 anos de Liberdade, quase que como um sinal, mostrando que “O POVO É QUEM MAIS ORDENA” e mais de 1 milhão de portugueses bateram no peito e gritaram liberdade, mostrando aos demais que linhas vermelhas e cercos sanitários
não fazem parte dos desígnios de Abril.

Guimarães acima de tudo, Portugal acima de todos!
Viva a liberdade!

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