por WLADIMIR BRITO
Professor de Direito na Universidade do Minho
1. A esplanadite. Este poderia ser o título de um livro de um viajante que viesse a Guimarães e que passasse, entre outros lugares, pela Praça de Santiago e pelo Largo da Oliveira. Aí seria confrontado com uma “bateria” de esplanadas com as suas coloridas cadeiras a ocupar a quase totalidade dos passeios e uma cada vez mais significativa parte daquela Praça e desse Largo. Para atravessar esses locais é obrigado a ziguezaguear entre cadeiras, mesas e suporte de toldos como se tivesse já decilitrado (para usar uma expressão cara a Luís Pinto dos Santos) inúmeros copos de cerveja ou de outras espirituosas bebidas. Guimarães durante décadas não tinha esplanadas o que me causava algum espanto, tanto mais que vinha de cidades que sempre as tiveram com a moderação que o bom senso das respectivas edilidades impunha. Achei bem as primeiras esplanadas que ocupavam espaços aceitáveis. De repente, a esplanadite. Todos os espaços dos passeios à frente dos cafés passaram a se dedicados às esplanadas, que foram ocupando cada vez mais espaços com manifesto desrespeito pelo direito dos munícipes à circulação cómoda e segura. Senhor Presidente, haja bom senso e sentido das proporções quando se confere licenças de ocupação; haja fiscalização para se evitar esse alargamento da ocupação dos espaços.

2. A trotinetite, causada pelo selvático abandono nos passeios de trotinetes e de bicicletas comunitárias, o que transforma a cidade numa espécie de lixeira de desses veículos. Como já escrevi noutra ocasião neste jornal, urge disciplinar a sua utilização para o bem de todos e da cidade.

Ah! Já me ia esquecendo dos automóveis nos passeios e peões na estrada, decorrente da ocupação do passeio por automóveis, que também dificultam a circulação de outros automóveis. Basta ir à rua de Santa Luzia para ver um automóvel que à hora do almoço e do jantar faz do passeio a sua garagem. Ah! E os carros que diariamente estacionam na via pública junto à rotunda do Largo Navarros de Andrade do lado da Rua Gil Vicente impedindo a circulação dos autocarros e com eles dos demais veículos e dando causa à poluição sonora e atmosférica causada pelos demais veículos impedidos de circular? Sr. Presidente, a Polícia Municipal não consegue ver isso?

3. Já agora, Sr. Presidente estou farto de um quarto para as onze que um dos relógios do Toural continua a marcar. Há mais de dois anos que a cidade vive nesse quarto e está ansiosa para ver o relógio a mudar de quarto. Vá lá sr. Presidente, faça um esforço e destine alguma verba do PRR para pôr esse relógio da cidade a funcionar.

4. Diz-se que a Câmara pretende cobrir a rua de Santo António. Supremo disparate que a sua pedonalização não reclama, nem merece e nós os munícipes dispen-samos. Senhor Presidente, ao fechar a rua ao trânsito, não se esqueça de criar alternativas viárias que não entupam o Toural com mais trânsito do que aquele que já tem. Sugiro que se contrate um verdadeiro Engenheiro de Trânsito com conhecimentos sobre as novas técnicas de gestão urbana do trânsito que não nos castigue com mais trânsito no Toural.

5. Estou ansioso por ver onde vai ser feita a nova entrada no Hospital destinada às ambulâncias em serviço de emergência. Espero que o serviço fique bem feito. Os doentes que necessitam de assistência urgente não só merecem como exigem essa obra.

6. Os ciclistas que querem usar a bicicleta como meio de transporte, no circuito urbano, continuam à espera de ciclovias dentro da cidade para poderem circular em segurança. Não basta a sinalização nas ruas, pois os automobilistas continuam convencidos que estas lhes são dedicadas em exclusivo. O uso cada vez mais intensivo das bicicletas e trotinetes comunitárias torna mais urgente a construção de vias dedicadas à circulação desses meios de transporte. Vá lá, sr. Presidente! são só mais uns tostões para evitar acidentes.