Plano Estratégico Municipal para a Cultura quer envolver comunidade e território

Rui Torrinha é agora o diretor artístico para as Artes Performativas, Marta Mestre para as Artes Visuais e Catarina Pereira para as Artes Tradicionais.

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Foi apresentado, na manhã desta terça-feira, o Plano Estratégico para a Cultura 2032, assim como a nova direção artística da cooperativa A Oficina, estabelecendo a interligação de um ecossistema cultural para Guimarães. Rui Torrinha será diretor artístico para as Artes Performativas, Marta Mestre para as Artes Visuais e Catarina Pereira para as Artes Tradicionais.

© Juliana Machado / Mais Guimarães

Paulo Lopes Silva abriu a sessão de apresentação do Plano Estratégico para a Cultura afirmando que este é um momento, 10 anos depois da Capital Europeia da Cultura, “para refletir sobre aquilo que podemos chamar de três gerações de políticas culturais”. Este será um plano efetuado de forma colaborativa com os agentes do território, através da Universidade do Minho, pelo Observatório de Políticas de Ciência, Comunicação e Cultura, pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade e pelo Instituto de Ciências Sociais.

“Pensamos a partir de cada espaço as diferentes dimensões das artes e da cultura, mas não nos encerramos sobre cada um deles”, referiu o vereador para a Cultura que acredita que este plano estratégico agora apresentado “não se encerra num estudo, mas envolve a comunidade a pensá-lo e trabalhar sobre ele”.

O professor e investigador da Universidade do Minho, Manuel Gama, destacou a importância de um Plano Estratégico para a Cultura para 2032, dando conta de que 85,5% dos municípios da região norte não tem um.

Explicou, então, que este plano assenta em duas grandes etapas que se iniciam com o diagnóstico e atualização das dinâmicas culturais de Guimarães em 2022, através da análise documental, entrevistas, grupos de discussão, inquéritos por questionário e observação direta. Nesta primeira fase, serão avaliados os impactos dos investimentos financeiros da cultura e os impactos dos espaços, equipamentos e eventos culturais nos públicos.

A segunda fase será de laboratório criativo, “envolvendo a população para o desenho estratégico”. O laboratório vai reunir-se regularmente e é constituído por um grupo base com 10 participantes do território, representantes da autarquia e da sociedade civil.

Nova direção artística tripartida

Pela multiplicidade e diversidade que existe n’A Oficina e dos espaços a gerir, consideraram a hipótese de uma direção artística tripartida, para as artes performativas, visuais e tradicionais. O objetivo é “haver uma interligação que permita encontrar os cruzamentos certos”, explicou Paulo Lopes Silva.

Rui Torrinha destacou quatro áreas que considera “fundamentais para a evolução da sociedade” e nas quais se vão manifestar os programas artísticos: a ciência enquanto elemento fundamental para o conhecimento, a tecnologia, a ecologia e a cidadania. “Quatro áreas que vão refletir-se e transformar A Oficina numa instituição de banda larga”, vincou.

Para as artes performativas, área pela qual está responsável, existirão quatro ações que serão permanentes no programa. São elas a cocriação, com “um olhar sobre a cidade sobre desafios lançados aos artistas para projetos específicos”, coproduções, fruição na relação com as artes, e formação permanente da comunidade artística expandindo “esse olhar a nível nacional e internacional”.

Para Marta Mestre “não existem áreas em gavetas”. As artes visuais, que estão a seu cargo, são o “ponto de partida para as outras áreas, nomeadamente as artes tradicionais, a música e artes performativas”. Fala, por isso, de um “pensamento em ecossistema que é um pensamento contemporâneo e que afirmará a contemporaneidade”.

Considera haver quatro eixos que poderão sair reforçados com o Plano Estratégico Municipal para a Cultura: apoio à criação, fortalecimento das redes, ecossistema das artes visuais, e afirmação de uma programação “de excelência com novos artistas que estão a produzir novas leituras do mundo”.

“Falta ouvir e dar voz a toda a comunidade de públicos e pessoas que vão usufruir daquilo que se está a planear”, considerou Catarina Pereira, agora diretora artística para as Artes Tradicionais, que acredita que “o programa artístico em fusão vai trazer a contemporaneidade às artes tradicionais”.

Catarina Pereira destacou os “processos colaborativos que reforçam a proximidade entre lugares e quem os habita”, indo ao encontro de novas narrativas que possam dar sentido às exposições, e da “desconstrução do conceito de memória coletiva, dando essência às próprias memórias e trazendo as tradições que realmente nos juntam”.

O vereador da Cultura, Paulo Lopes Silva, definiu a palavra ecossistema como a palavra chave deste projeto, explicando que, nesse termo, está subjacente “a possibilidade de criar pensamentos a partir de diversos pontos e a forma como se relacionam entre si e com o território”. Há, por isso, a preocupação num “projeto que não só ocupe e programe o espaço, mas também se relacione com a cidade, de forma que a cultura se possa fazer sentir”.

A estratégia de pensamento cultural para Guimarães 2032 iniciará com uma apresentação pública, agendada para o dia 7 de junho, às 21h00, no auditório do Teatro Jordão.

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