Populares de Nespereira manifestaram-se na arquidiocese contra a direção do Centro Social
Há pais que matricularam os filhos em abril e queixam-se de ainda não saberem se vão ter vaga no próximo ano.

Um grupo de 45 pessoas – pais, avós, familiares de pessoas idosas, funcionários e ex-funcionários – juntou-se, na tarde deste sábado, em frente à residência do arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, para lhe manifestar o desagrado relativamente à direção do Centro Social de Nespereira, presidido pelo Padre Francisco Xavier. Queixam-se de incerteza relativamente ao futuro da instituição e não sabem que salas de pré-escolar vão abrir no próximo ano, porque ainda não receberam a confirmação das vagas. Uma delegação dos manifestantes foi recebida por um secretário do arcebispo, mas os populares prometeram voltar.
As queixas estão relacionadas, principalmente, com a decisão da direção, em funções desde fevereiro, de encerrar uma sala de pré-escolar. O argumento é a falta de financiamento pela Segurança Social para esta valência e a existência de oferta na rede pública, gratuita, nomeadamente na Escola Primária da freguesia. Os pais dizem que não é assim e contrapõem que “a Segurança Social financia o pré-escolar num valor a rondar os 150 euros por criança, já no caso da creche o valor é de aproximadamente 460 euros”, dizem. Queixam-se que esta direção quer fechar o pré-escolar apenas por motivos financeiros, sem atender à questão social.
“Antigamente, a direção anterior usava o valor da creche para equilibrar as contas do pré-escolar, que sempre deu prejuízo. Afinal isto é uma instituição de solidariedade social, não é suposto dar lucro”, desabafou uma funcionária com muitos anos de trabalho no CSN, que não se quis identificar. “As vagas no público não chegam para todas as crianças. Eu andei três anos à procura de creche para a minha filha e agora estou outra vez sem saber como vai ser porque a educadora demitiu-se”, lamenta-se uma mãe.

© Rui Dias/ Mais Guimarães
Educadoras com muitos anos de serviço estão a deixar a instituição
“Saíram as educadoras e as auxiliares das salas dos dois e dos três anos. Uma das educadoras tinha 22 anos de serviço e a outra 17. Uma delas era a coordenadora pedagógica. Despediram-se sem terem alternativa de trabalho, por causa do mau ambiente que se vive na instituição. Foram ao concurso público e estão à espera de colocação”, afirma Vitória Pinheiro, mãe de uma menina que também está a aguardar vaga. A saída destas profissionais e também de auxiliares de educação é a razão, apontada pelos pais, para “em julho, o funcionamento do próximo ano ainda não estar definido”.
“Francisco no poleiro, ele só quer dinheiro”, gritavam os manifestantes
“Francisco no poleiro, ele só quer dinheiro”, era uma das palavras de ordem que alternava com “amor sim, dinheiro não”. Um mãe, contabilista, explicava às outras porque é que o argumento, invocado pela direção do CSN, de que a instituição está em má situação financeira, não é válido. “O CSN tem um ativo de 2,77 milhões de euros, capitais próprios de 993 mil euros, para um passivo de 1,78 milhões de euros. Isto significa uma autonomia financeira de 36%, bem dentro daquilo que é preconizado pelo Banco de Portugal como aconselhável”, esclareceu.

© Rui Dias/ Mais Guimarães
Em representação dos manifestantes, Cláudia Pinheiro recebeu a garantia, por parte do padre Miguel Neto, de que as queixas chegarão ao arcebispo e de que terão uma audiência com ele, com carácter de urgência. “Disse-nos que o arcebispo só estava a marcar para setembro, mas dissemos-lhe que não podia ser. Há pessoas que matricularam os filhos em abril e, a esta data, ainda não receberam confirmação”, referiu.
Por Rui Dias.
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